sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Por que razão abracei a causa animal?

Há algum tempo, estou em crer que em jeito de brincadeira, alguém escreveu numa conhecida rede social que não podia contar comigo pois eu era amigo dos animais e não dos humanos.
Como não tenho que dar provas de nada e como cada um tem a liberdade de escrever o que lhe vai na alma, apenas aproveito para enumerar algumas razões que me motivaram a lutar pelos direitos dos animais e que são, em síntese, as seguintes:

1- Porque ninguém sensível poderá ficar indiferente, no caso dos animais de companhia, à barbaridade que consiste no abate, anualmente, de 100 mil animais nos canis municipais, resultado de compras irreflectidas, de adopções irresponsáveis, de falta de compaixão e de políticas erradas;

2- Porque não é incompatível o envolvimento na causa animal com a adesão a todas as outras. Quem contribui com o seu trabalho voluntário ou monetariamente para a protecção dos animais não está impedido de o fazer para outra causa, como o combate à fome no mundo ou na nossa terra, o apoio aos idosos ou aos sem-abrigo.

3- Porque, como muito bem escreveu  Alice Moderno, “Caridade não é apenas a que se exerce de homem para homem: é a que abrange todos os seres da Criação, visto que a sua qualidade de inferiores não lhes tira o direito aos mesmos sentimentos de piedade e de justiça que prodigalizamos aos nossos semelhantes”.

4- Finalmente, porque, como muito bem escreveu Álvaro Múnera, antigo toureiro colombiano que, arrependido, passou a dedicar-se à defesa animal: “os animais vivem um absoluto inferno por culpa do beneficiário de noventa e nove por cento das causas existentes, o ser humano”.


Sobre Alice Moderno
No blogue Terra Livre
Alice Moderno (blogue-homenagem)

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Poema da Semana - "Não se perdeu nenhuma coisa em mim" por Sophia M. Breyner



Não se perdeu nenhuma coisa em mim.
Continuam as noites e os poentes
Que escorreram na casa e no jardim,
Continuam as vozes diferentes
Que intactas no meu ser estão suspensas.


Trago o terror e trago a claridade,
E através de todas as presenças
Caminho para a única unidade.

Sophia de Mello Breyner Andresen

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Documentário- Porque corremos?


Bernd Heinrich é Professor de Biologia, aposentado e vive numa cabana na floresta do oeste do Maine. Possui vários recordes de corrida ao longo de sua vida e comprometeu grande parte do seu tempo ao estudo do mundo natural. No episódio 01 olhamos para trás, na vida incrível deste homem, as suas realizações, as lições que aprendeu, e o que podemos possivelmente aprender com ele.

Mais um filme sobre a bio de Bernd Heinrich

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Quase 200 novas espécies descobertas na Amazónia


Quase 200 novas espécies descobertas na Amazónia
O sapo Allobates grissimilis mede apenas 16 mm © Museu Paraense Emílio Goeldi
Nos últimos quatro anos, investigadores do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), no Brasil, descobriram 169 novas espécies na Amazónia, sendo que 14 são plantas e 155 animais. As descobertas foram anunciadas esta semana pelo museu.
A maior parte das novas espécies encontrada na maior floresta tropical do mundo derivam do grupo dos aracnídeos, com a descoberta de 112 espécies e 7 géneros, seguido de 12 espécies de peixes, 10 aves, 10 anfíbios, seis répteis, quatro dípteros (mosquitos e moscas) e um mamífero. Na flora, entram na contagem 14 novas plantas.

Em comunicado de imprensa, os investigadores do MPEG afirmam que o primata Mico rondoni (foto abaixo) merece destaque entre as novas descobertas por ter sido o primeiro mamífero da Amazónia cuja descrição envolveu um trabalho interdisciplinar em morfologia externa e do crânio, biologia molecular, ecologia e comportamento. 
  • Ler artigo completo aqui
  • Veja AQUI as fotos de algumas das espécies registadas pelo museu.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Ted Talk da semana- Sebastião Salgado: "O silencioso drama da fotografia"


Doutorado em economia, Sebastião Salgado só enveredou pela fotografia já estava na casa dos 30 anos, mas a disciplina tornou-se numa obsessão. Os seus projectos, que duram anos, captam de forma bela o lado humano de uma história global que frequentemente envolve morte, destruição ou decadência. Aqui, ele conta uma história profundamente pessoal de um ofício que quase o matou e mostra fotografias impressionantes do seu último trabalho, "Genesis", que documenta as pessoas e os lugares esquecidos pelo mundo.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Lista de Educadores de referência do BioTerra


Taken near Ryogoku station on the way to the Sumo museum in Tokyo, Japan [aqui]

Alan November
Angela Maiers
Charles Leadbeater
Chris Anderson
Chris Lehman
Clayton Christensen
Clive Shepherd
Dan Ariely
Dan Meyer
Daniel Pink
Dave Cormier
David Truss
David Warlick
Don Tapscott
Etienne Wenger
Ewan McIntosh
Fernando Costa
George Siemens
Graham Attwell
Guy le Boterf
Helen Barrett
Henry Mintzberg
Howard Gardner
Howard Rheingold
Ian Jukes

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Make Art Not War


Consultar o Dossier Terra Artística do BioTerra,  actualizado!

"A liberdade custa muito caro e temos ou de nos resignarmos a viver sem ela ou de nos decidirmos a pagar o seu preço."- José Martí

Biografia de José Martí

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Arte Poema da Semana- "Grito" de Paul Eluard


GRITAR

Aqui a acção simplifica-se
Derrubei a paisagem inexplicável da mentira
Derrubei os gestos sem luz e os dias impotentes
Lancei por terra os propósitos lidos e ouvidos
Ponho-me a gritar
Todos falavam demasiado baixo falavam e[escreviam
Demasiado baixo

Fiz retroceder os limites do grito
A acção simplifica-se
Porque eu arrebato à morte essa visão da vida
Que lhe destinava um lugar perante mim

Com um grito

Tantas coisas desapareceram
Que nunca mais voltará a desaparecer
Nada do que merece viver

Estou perfeitamente seguro agora que o Verão
Canta debaixo das portas frias
Sob armaduras opostas
Ardem no meu coração as estações
As estações dos homens os seus astros
Trémulos de tão semelhantes serem

E o meu grito nu sobe um degrau
Da escadaria imensa da alegria

E esse fogo nu que me pesa
Torna a minha força suave e dura

Eis aqui a amadurecer um fruto
Ardendo de frio orvalhado de suor
Eis aqui o lugar generoso
Onde só dormem os que sonham
O tempo está bom gritemos com mais força
Para que os sonhadores durmam melhor
Envoltos em palavras
Que põem o bom tempo nos meus olhos

Estou seguro de que a todo o momento
Filha e avó dos meus amores
Da minha esperança
A felicidade jorra do meu grito

Para a mais alta busca
Um grito de que o meu seja o eco.

Paul Eluard, in "Algumas das Palavras"
Tradução de António Ramos Rosa

Hubert Reeves: "É um erro cortar na educação só porque é fácil"


Um dos astrofísicos mais famosos do mundo esteve no Porto e deixou um alerta: "A humanidade pode desaparecer se não fizermos mais nada"
Cosmólogo de 81 anos, é uma das referências mundiais da divulgação científica e esteve em Portugal para uma conferência sobre Cosmos Sustentabilidade e responsabilidade, organizada pela Porto Business School. Não tem receio de se colocar ao lado do Papa Francisco na denúncia da idolatria do dinheiro, mas está convencido de que o futuro da humanidade passa pelo homem deixar de se considerar mais importante do que as outras espécies. Acaba de lançar em Portugal mais uma obra - "Onde Cresce o perigo Surge Também a Salvação", uma adaptação de um verso do poeta alemão Friedrich Hölderlin - que resume duas das suas maiores preocupações de sempre: o ambiente e a astrofísica. Divide a vida entre Paris e a sua cidade natal, Montreal, onde ainda ensina e dá palestras. Há três décadas lançou "Um Pouco mais de Azul", uma obra que o tornou famoso por usar uma linguagem simples e até lírica para explicar complexidades da ciência.

Que mensagem trouxe a Portugal, tendo como plateia empresários e engenheiros?
Quero sensibilizar para a situação perigosa em que nos encontramos. Vemos um crescendo de ameaças ao futuro da vida no planeta, do aquecimento, à poluição ou aumento dos gases de estufa. É interessante falar com pessoas que desenvolvem projectos e ajudá-las a ver o ponto em que nos encontramos, para que possam avaliar de forma mais acertada o que devem e o que não devem fazer.

Sente que este tipo de preocupação tem estado ausente da formação nestas áreas?
Tem melhorado mas ainda pode melhorar mais. Por vezes faltam ideias práticas e foi isso que procurámos fazer: uma espécie de lista de coisas de que não nos devemos esquecer ao pensar num projecto. O meu contributo é no sentido de apresentar uma visão de que temos no presente duas histórias: uma boa, que é como chegámos até aqui desde o início do universo. A outra é como a humanidade está a deteriorar o planeta com a sua presença e influência. O desafio - nosso e deles - é conseguir conciliar as duas histórias.

Somos os vilões nesta última história?
De certa forma. Fizemos coisas maravilhosas como medicamentos, mas temos vindo a transformar o nosso planeta de uma maneira que não é favorável à vida. Estamos a aquecê-lo, a acidificar os oceanos. Temos de fazer alguma coisa se não podemos desaparecer. É a principal mensagem: a humanidade pode desaparecer se não fizermos nada.

Quando?
Ninguém sabe. Pode ser um processo gradual ou repentino. Ninguém sabe o futuro mas a probabilidade existe e parece ser grande. Se aqueceremos a atmosfera 4ºC, 5ºC ou 6ºC, o clima pode tornar-se ingovernável e isso é um perigo para os nossos filhos e netos.

O professor defende um novo humanismo, como quando o Papa Francisco condenou a idolatria do dinheiro. Ciência e fé aproximam-se neste apelo?
O dinheiro, de facto, tem um papel tão negativo, hoje, que deve haver um esforço no sentido de o tornar positivo. Esse esforço passa muito pela responsabilidade das empresas e instituições. Começam a acontecer algumas mudanças - o edifício onde trabalho acaba de ser construído com preocupações enormes de sustentabilidade. Nesse aspecto, move-nos um mesmo objectivo: salvar a humanidade da destruição.

Vive em França, onde o presidente Hollande, recentemente, anunciou que quer poupar a ciência e o ensino superior de cortes. Em Portugal não têm sido áreas poupadas...
É verdade. Todos os países quando atravessam uma crise, como esta em que estamos, tenta fazer algumas poupanças. A questão é onde se poupa. Se um país como Portugal corta os apoios a escolas, professores e alunos vai depender mais de tecnologia desenvolvida no exterior e no futuro vai gastar mais a comprá-la do que teria gasto ao apostar na formação. Acho que um dos sectores principais a garantir num país, mesmo quando se pensa em questões económicas, é a educação. Por isso é um erro cortar nesta área só porque é mais fácil do que noutras. Já aconteceu noutros países e a longo prazo saíram-se pior do que os que decidiram manter o financiamento. Os apoios à educação, ciência, cultura devem ser os últimos a ser cortados.

Nasceu no Canadá, um dos melhores países na competição global por pessoas qualificadas. Em Portugal agora há a intenção de lançar vistos de talento. Como vê este campo?
A melhor forma de atrair pessoas de fora é ter boas instituições e, para isso, os centros e as pessoas têm de ser apoiadas. Acho que é uma contradição cortar apoios internos se se quer atrair de fora. Se o objectivo é esse, então o caminho e a mensagem estão erradas.

Aos 81 anos quais são os seus sonhos científicos?
Continuar a popularização da ciência, torná-la compreensível. Isto tem um duplo objectivo: por um lado as histórias da ciência são maravilhosas e há um interesse natural por elas, que torna entusiasmante partilhar. Por outro lado, só a popularização da ciência vai permitir que as pessoas percebam a importância do conhecimento e actuem contra o aquecimento global e este paradigma de que a humanidade, através das suas actividades, destrói o planeta.

Para si, qual foi a melhor história?
Muitas. Começou com a confirmação da teoria do Big Bang em 1965 e cada vez sabemos mais sobre o passado e de onde vimos. Para mim, grandes histórias são estas, a descoberta do átomo. Mas acho que o que mais surpreende a audiência é a ideia de que o universo tem uma história e como o natural se organiza através de moléculas e átomos. E mesmo que comecemos por falar do universo, de estrelas e planetas, trata-se da nossa própria história. Depois há a questão se tudo isto tem um propósito ou não, que devemos fazer, e não tem resposta.

Uma cientista premiada em Portugal noutro dia defendia a necessidade de maior racionalidade na tomada de decisões, quase uma importação do método científico para a política contra alguma subjectividade. Concorda?
Acho que precisamos de ciência para nos contar donde viemos e o que somos. Mas acho que a ciência não nos pode ajudar a tomar as decisões correctas. Ensina-nos a fazer a bomba atómica e transgénicos mas não é a ciência que nos diz se os devemos usar. Isso é o campo da moralidade, da discussão sobre o mundo em que queremos viver.

A sua defesa de um novo humanismo então também não é a estritamente ciência?
Assenta na ideia de que temos de expandir o nosso conceito de humanismo. Tem sido o homem primeiro e depois o resto. O que vemos no estudos é que é fundamental que a noção de humanismo e humanidade se estenda a toda a natureza porque dependemos de plantas e animais, racionalmente não sobrevivemos sem eles. Somos uma grande rede e esta generalização é importante, é objectiva.

Rompemos o dogma de que a Terra era o centro do universo mas continuámos a pôr o homem excessivamente no centro?
Sim. Somos uma espécie e há muitas outras. Não temos nenhuma razão para acreditar que somos melhores que as outras.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Put your dreams ON - Põe os teus sonhos ON


Christina Pluhar/Pozzi L'Arpeggiata - Cantata sopra il Passacaglio 


English Translation:Thus, with blood streaming from my eyes, my strength abandons meMine is infinite suffering: I feel in the terror of my soulthat my first sigh will also be the lastSo I beg for mercy, I confess to the amorous ardourthat my heart, alas, has felt too often.My first sin was to worship a proud idol,not a woman, but a hard, cruel stone.I confess that persistently I fed that flameand called the terrible suffering of its unrequitedness bliss.And I turned to a face that was indeed sweet, but I hid my thoughts.I confess that I took to despising lifeand envied him who lived from day to day.My eyes, ardent and too intent, stole the goldof her hair and the brightness of that fair countenance. I thought her serpent's face was like the flowers of ParadiseOften fervently I desired her body, her unsilled breasts, her hands as white as milk.Now, (Love,) I beg you piteously, that you may plead with her beloved eyes: for if she listened to you once, I could leave the purgatory of my tears, and rise to the heaven of the most blissful lovers. 

As obras de arte deste video são sobretudo da arte Oaxaca e Zapatista entre outros pintores como Dewey, Hopper, etc

sábado, 15 de fevereiro de 2014

The sounds of money just kissed me in the face


The Wolfgang Press - Raintime 

Somebody here is older,
Macbeth times 2 
A lazy suit and bloody hands 
Come taste your faith in every street 
The sounds of money just kissed me in the face 
My trousers aren't the right size, 
I go straight to pocket 
Take one step up and back to business 
My mind is closed so my body speaks

Hubert Reeves: “Não acredito que os seres humanos possam exterminar a vida”

Publicou "Um Pouco mais de Azul" há mais de 30 anos, o livro que o lançou numa carreira com mais de uma dezena de títulos de divulgação científica. Tem também uma carreira científica notável. Cosmólogo, nascido no Canadá, fez de França a sua casa depois de se ter sido escolhido para director do Centro Nacional da Investigação Científica.


Reeves esteve na Porto Business School, na última quinta-feira, para uma conferência sobre Cosmos, Sustentabilidade e Responsabilidade, onde explora algumas das ideias do seu último livro editado em Portugal “Onde Cresce o Perigo Surge Também a Salvação” (Gradiva). Em breve deverá editar um novo livro sobre o mar, a Terra e as placas tectónicas, dedicado ao público juvenil.

Ainda fala de ciência com o mesmo entusiasmo que tinha nas primeiras palestras feitas nas noites das suas férias em França, nos anos 1970?
Tanto quanto consigo ver, sim. Para mim é sempre muito importante poder falar de ciência.

Quando percebeu que a ciência podia ser interessante para uma audiência mais vasta?
Era estudante e dava palestras em Montreal [Canadá]. Um dia fui dar uma palestra a uma escola de estudantes problemáticos. A directora da escola estava à espera que eles fossem grosseiros comigo ao ponto de ela e outro professor terem ficado à espera à porta, na expectativa de terem de me ajudar. Mas não houve problemas e para mim foi uma experiência agradável.

E nessa altura percebeu que a ciência não interessa apenas aos cientistas?
Sim, em particular a astronomia. É um assunto agradável, porque fala para as pessoas. É uma área onde podemos compreender, fazer física, mas também podemos sonhar. E isso é um bom tema para uma audiência. Esta história passou-se no Quebeque, de onde sou, e encontro alguma similitude com Portugal. Temos uma história análoga: quando eu era miúdo, o Quebeque era uma região muito religiosa, onde o conhecimento e o ensino eram completamente governado pelos padres e pela Igreja. Em 1960, aconteceu o que chamamos a “Revolução Tranquila” e isto mudou completamente as coisas. Costumava ser ensinada às pessoas uma verdade eterna e, de repente, foram deixadas no vácuo. Por alguma razão, a astronomia tornou-se muito importante para preencher esse espaço. E encontro coisas muito semelhantes em Portugal, depois de 1974 e da Revolução dos Cravos. Passou a haver um grande interesse em olhar para as questões do Universo. Havia gente que vivia numa espécie de certeza e, de repente, teve a necessidade de pensar sobre estas coisas. Agora as pessoas estão sozinhas e não há uma autoridade que lhes diga o que pensar.

Na ciência, é sempre preciso ter dúvidas?
Fundamentalmente, sim. Questionar tudo. Por que devo acreditar nisto? Em que devo acreditar? E, muito frequentemente, a ciência não dá a resposta. Uma questão simples sobre a bomba atómica: devemos fazer bombas atómicas? A ciência não responde a isso. Diz como se faz uma bomba, mas não diz se a devemos fazer.

Desde a década de 1980, quando começou a publicar livros, houve mudanças na forma como as pessoas acolhem a ciência?
A corrida à Lua abriu um grande interesse pela ciência e pela astronomia. E isto voltou a sentir-se agora com a exploração de Marte. Tinha sido dito que este interesse ia diminuir, que não ia haver um grande espectáculo como no tempo de [J. F.] Kennedy, [antigo presidente dos EUA], mas a Internet mostrou que o interesse das pessoas pelo tema ainda é muito grande.

Está no campo da divulgação científica há décadas e publicou vários livros. Qual é a grande diferença que sente com a Internet?
Todo o conhecimento está lá, o que não era de todo o caso nos anos 1970 ou 1980. O que não mudou é que continua a ser preciso alguém para intermediar. Mesmo que o conhecimento esteja lá, as pessoas que não conhecem não vão procurá-lo espontaneamente. E isso é um papel importante do “apresentador”, que é quem diz: “Aqui está alguma coisa que pode interessá-lo.” A Internet até tornou mais importante o papel do intermediário.

Nos seus livros, torna interessante ler sobre o assunto. Por que é que isso importante?
Se os livros tiverem apenas ciência árida, não vão despertar interesse em lado nenhum. A ciência diz-lhe alguma coisa acerca da sua origem e toda a gente está interessada em saber de onde vem e qual é a história. Mas é importante que alguém diga que a química, a física, a geologia, são todos capítulos desse sítio de onde alguém veio.

Acredita que a divulgação tornou as pessoas mais conscientes da necessidade de ter conta as descobertas científicas?
Tem de haver alguma coisa entre a religiosidade – num sentido absolutamente naïf – e a ciência pura. Não é preciso fazer parte de nenhum grupo evangelista, nem negar toda a possibilidade de espiritualidade. As pessoas hoje podem decidir por si.

Como é que um homem de ciência vê o debate crescente nos EUA sobre o criacionismo?
É ridículo. Nenhuma pessoa inteligente pode acreditar no criacionismo.

Mas já há estados dos EUA onde há a possibilidade disto ser ensinado nas escolas.
Acho que essa é mais uma questão política do que uma questão científica. Há uma pressão social e política de algumas pessoas com interesses. É difícil ver que um miúdo que tem algum cérebro possa acreditar que o mundo foi feito há 4000 anos. E é o caso. Acho que é inútil lutar contra o criacionismo.

O debate na Europa acerca da utilidade da ciência também é uma arma política?
Não vejo que seja esse o caso na Europa. Vejo antes neste sentido: acreditou-se durante todo o século XIX que a ciência traria felicidade ao ser humano e o século XX mostrou que não era assim tão simples. A ciência em si mesma não é garantia de tornar as pessoas felizes. E há uma decepção daqueles que pensaram que a ciência traria felicidade à humanidade.

Todo o conhecimento tem de ter uma aplicação?
É uma questão de escolha pessoal. Algumas pessoas, como eu, pensam que o conhecimento é importante por si mesmo, independentemente da sua aplicação. Queremos perceber este mundo, o que significa a vida. E algumas pessoas não estão interessadas nestas respostas. Mas há uma grande quantidade de pessoas que está interessada em ter um novo conhecimento na ciência. As pessoas têm o direito de saber como a ciência é uma descoberta.

Como olha hoje para o seu primeiro livro, "Um Pouco mais de Azul", de 1981 [editado pela Gradiva em 1983], e a sua primeira experiência na divulgação científica?
Fico sempre muito contente quando algumas pessoas me dizem que foi importante para elas. Isso foi o que descobri entretanto, porque quando lancei o livro não tinha ideia alguma do que aconteceria. Quando algumas pessoas me dizem que foi muito importante, que o tiveram na mesinha de cabeceira, isso é gratificante para mim.

Ainda há pessoas que ficam chocadas quando diz que o Sol vai morrer em 5000 milhões de anos?
Não, acham que é tempo suficiente.

Mas quando se diz isso, parece haver uma ideia pessimista.
Por que diz isso?

Porque nos mostra que há um fim na vida.
Não necessariamente. Há outras estrelas, algumas das quais viverão muito mais tempo do que o Sol. Isso não significa o fim da vida no Universo. O futuro longínquo da física do Universo está cheio de incertezas, mas não diria que possa dizer-se que é o fim. Será realmente um problema, mas há outras estrelas que continuam. Se houver vida à volta dessas outras estrelas, a vida pode continuar.

No seu último livro diz que a beleza do mundo está ameaçada pelo ser humano. É uma ideia que explorou em "O Tempo do Deslumbramento" em que falava numa “pulsão de morte”. Estamos mesmo a caminhar para uma destruição da vida na Terra como a conhecemos?
Não sabemos. O futuro é desconhecido. Não acredito que os seres humanos possam exterminar a vida. Ela é muito robusta, muito mais adaptável do que pensávamos antes. Encontramos sempre novas formas de vida que são muito mais resistentes do que pensávamos e por isso ela continuará.

Mas não como a conhecemos?
A humanidade poderá não estar lá. Os vírus e as bactérias, ninguém sabe. São muito robustos e podem viver muito mais tempo. A questão é o futuro do ser humano. Possivelmente, mais tarde, outra espécie animal poderá desenvolver inteligência. Há poucos milhões de anos, uma espécie recebeu um dom da natureza e uma inteligência fantástica e é hoje em dia este dom que ajuda estas pessoas a viver num ambiente hostil. Mesmo que a humanidade desapareça, ninguém sabe o que pode acontecer dentro de 100 milhões de anos.

É como um historiador: pode entender o passado, mas não pode prever o futuro.
Nesta área, podemos dizer quais são os perigos, mas é impossível dizer o que acontecerá. Quase sempre as pessoas tentaram fazer estas previsões e falharam.

Como vê as alterações climáticas e o desentendimento entre os países nesta matéria?
Pensamos que se a temperatura subir dois graus [Celsius], o clima deixará de poder ser gerido. As previsões actuais são mais próximas de uma subida de três ou quatro graus e isso vai tornar a vida extremamente difícil.

Foi muito crítico com os discursos políticos sobre esta matéria. É importante começar a agir e não apenas produzir documentos?
O Protocolo de Quioto foi uma tentativa positiva, mas o sucesso não foi o que se esperava. A questão é sempre dinheiro. O Canadá, que há uns anos era muito verde, agora descobriu petróleo em Alberta e mudou completamente de política. O dinheiro está primeiro.

A conferência que deu no Porto foi complementada como uma apresentação de “boas práticas” de empresa portuguesas em termos de sustentabilidade. Este discurso chega de facto às empresas?
Há progressos em muitos casos e esforços que vão no sentido certo. Não sou de todo pessimista nesse sentido. Mas há sempre esta questão de dinheiro. O exemplo que dou é o de Fukushima, no Japão. Como é que um país que tem os melhores engenheiros do mundo e alguns dos melhores cientistas, decidiu colocar um reactor nuclear numa das regiões sísmicas mais activas e protegê-la com um muro de seis metros, quando se sabe que um “tsunami” chega a 20 metros de altura? Se fosse no mundo em desenvolvimento, podia dizer-se que eles não sabiam, mas aqui não. A resposta é que a segurança e o lucro não andam juntos. Isto é puramente humano e será sempre o problema. As pessoas correm sempre risco para ganhar dinheiro e, às vezes, mesmo que o evento possa ser muito raro, ele acontece.

O dinheiro e a sustentabilidade podem alguma vez ter um terreno comum?
É o que esperamos. Mas quando olhamos para o que acontece, temos exemplos claros contrários.

Os seus livros têm referências constantes à literatura e às artes plásticas. Como vê a relação entre a ciência e a arte?
A ciência diz como é que o mundo funciona. É uma operação racional, mental. A arte é mais o sentido de maravilhamento do mundo, da imaginação. Ambas são fundamentais para o ser humano. Se alguém está apenas no mundo racional, “seca-se”. Se está apenas no da imaginação, enlouquece. São dois pilares para um desenvolvimento saudável dos indivíduos. Essas pessoas estão impressionadas com o mundo, a nossa vida, o nosso corpo. Mas quando se é um artista, não se está apenas a contemplar o mundo, está-se a usar este poder da imaginação para criar. O cientista é o que tenta entender com lógica, o artista é o que tenta recriar algo que faz as pessoas felizes.

Há um par de anos publicou um livro para jovens. É diferente escrever para pessoas jovens e para um público adulto?
Escrever para crianças é particularmente difícil. É preciso manter a todo o tempo o seu interesse e compreensão. Quando se escreve, é preciso ter um objectivo e ter sempre em mente que os leitores vão continuar a ler. A dificuldade é esta: se eu usar esta palavra, o leitor vai entender? Tem de se evitar que a pessoa que está a ler o livro pense que não é suficientemente inteligente para o entender.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Peter Higgs: I wouldn't be productive enough for today's academic system

Peter Higgs: 'Today I wouldn't get an academic job. It's as simple as that'.
Peter Higgs: 'Today I wouldn't get an academic job. It's as simple as that'. Photograph: David Levene for the Guardian

The Guardian, Friday 6 December 2013

Peter Higgs, the British physicist who gave his name to the Higgs boson, believes no university would employ him in today's academic system because he would not be considered "productive" enough.

The emeritus professor at Edinburgh University, who says he has never sent an email, browsed the internet or even made a mobile phone call, published fewer than 10 papers after his groundbreaking work, which identified the mechanism by which subatomic material acquires mass, was published in 1964.
He doubts a similar breakthrough could be achieved in today's academic culture, because of the expectations on academics to collaborate and keep churning out papers. He said: "It's difficult to imagine how I would ever have enough peace and quiet in the present sort of climate to do what I did in 1964."

Speaking to the Guardian en route to Stockholm to receive the 2013 Nobel prize for science, Higgs, 84, said he would almost certainly have been sacked had he not been nominated for the Nobel in 1980.
Edinburgh University's authorities then took the view, he later learned, that he "might get a Nobel prize – and if he doesn't we can always get rid of him".
Higgs said he became "an embarrassment to the department when they did research assessment exercises". A message would go around the department saying: "Please give a list of your recent publications." Higgs said: "I would send back a statement: 'None.' "

By the time he retired in 1996, he was uncomfortable with the new academic culture. "After I retired it was quite a long time before I went back to my department. I thought I was well out of it. It wasn't my way of doing things any more. Today I wouldn't get an academic job. It's as simple as that. I don't think I would be regarded as productive enough."

Higgs revealed that his career had also been jeopardised by his disagreements in the 1960s and 70s with the then principal, Michael Swann, who went on to chair the BBC. Higgs objected to Swann's handling of student protests and to the university's shareholdings in South African companies during the apartheid regime. "[Swann] didn't understand the issues, and denounced the student leaders."

He regrets that the particle he identified in 1964 became known as the "God particle".
He said: "Some people get confused between the science and the theology. They claim that what happened at Cern proves the existence of God."

An atheist since the age of 10, he fears the nickname "reinforces confused thinking in the heads of people who are already thinking in a confused way. If they believe that story about creation in seven days, are they being intelligent?"

He also revealed that he turned down a knighthood in 1999. "I'm rather cynical about the way the honours system is used, frankly. A whole lot of the honours system is used for political purposes by the government in power."
He has not yet decided which way he will vote in the referendum on Scottish independence. "My attitude would depend a little bit on how much progress the lunatic right of the Conservative party makes in trying to get us out of Europe. If the UK were threatening to withdraw from Europe, I would certainly want Scotland to be out of that."
He has never been tempted to buy a television, but was persuaded to watch The Big Bang Theory last year, and said he wasn't impressed.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Encontros Improváveis: Nelson Mandela e Cousin Silas- Flying Over Shepperton

Cousin Silas - Flying Over Shepperton

"Negar ao povo os seus direitos humanos é pôr em causa a sua humanidade. Impor-lhes uma vida miserável de fome e privação é desumanizá-lo."~ Nelson Mandela (discurso 1990)

Documentário: Mataram Irmã Dorothy (They Killed Sister Dorothy)


Documentário sobre a morte em fevereiro de 2005 da irmã Dorothy Stang, freira católica e ativista, aos 73 anos. Morta no Pará, Brasil, ela lutava há 30 anos junto com ambientalistas e a desprivilegiada comunidade local contra a exploração dos poderosos madeireiros e latifundiários.

A irmã Dorothy Stang, freira de 73 anos de idade, de Ohio, foi atingida por seis tiros e deixada para morrer numa lamacenta estrada da Amazónia. O filme mostra a força do drama real no tribunal e acompanha o julgamento de seus assassinos, além de mostrar a vida de trabalho da irmã Dorothy na floresta brasileira que levaram ao fatídico dia.

Daniel Junge (wiki)

Sua estreia como diretor de longa-metragem deu-se com Chiefs, premiado em 2002 no Festival de Tribeca, onde ganhou o prêmio de melhor documentário. Reading your Rights, seu segundo documentário, foi apresentado em rede nacional pela PBS e ganhou uma indicação ao Emmy regional. Ele também dirigiu Big Blue Bear, para a rede de televisão australiana e regional PBS, vencedor do Emmy regional de melhor documentário cultural. Dirigiu ainda We Are Phamaly e Road Movie. Seu documentário sobre a primeira mulher presidente na África, Iron Ladies Of Libéria, é de 2007

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Fotopoema da semana- Vento, Água, Pedra (Octávio Paz)


A água perfura a pedra, o vento dispersa a água, a pedra detém ao vento. Água, vento, pedra. 
O vento esculpe a pedra, a pedra é taça da água, a água escapa e é vento. Pedra, vento, água. 
O vento em seus giros canta, a água ao andar murmura, a pedra imóvel se cala. Vento, água, pedra. 
Um é outro e é nenhum: entre seus nomes vazios passam e se desvanecem. Água, pedra, vento.

domingo, 9 de fevereiro de 2014

"La Traversée" por Aurélie du Boys


Yann Tiersen, Elisabeth Fraser e estas imagens do filme "La Traversée"_________um colosso!

Yann Tiersen-Mary
Do you recognize me
Here on this sleeper train
And do you feel the pain
Growing into the night, Mary

And I can feel the taste
Of your third birthday cake
Remember how it was
To hold you into my arms, Mary

It was there
The summer lights around
I was there
His hand upon my knees
And we're gone
Across this sunny streets
And we're gone
The day you died, Mary

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Talk about the weather


Red Lorry Yellow Lorry- Talk about the weather

I want to know if you really care
I want to take you way down there
And stand in the rain and get you wet
You say you love me but not quite yet
I want to go out there to an open space
Those tears to cry and show your face
Oh I'm so soaked to the skin
Yeah I'm so soaked to the skin
You want to talk about the weather


Nesta semana o País e alguns países da Europa têm sido fustigados por tempestades anormais e estão a causar prejuízos humanos e materiais. Se dia 13 de Outubro:::: Dia Internacional para a Redução dos Desastres Naturais:::: ,todos os dias sucedem desastres naturais numa ou várias partes do Globo. Algumas acentuadas pelo aquecimento global, inertes e poluição. Lembremos que é plausível reduzir o impacto e as consequências dos desastres naturais. Nesse sentido, devemos favorecer a construção de comunidades resilientes para que sejam diminuídas as vulnerabilidades perante as ameaças de riscos.

::::Por uma Regeneração Urbana Sustentável::::

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Dia Internacional da Internet Segura


O Dia Internacional da Internet Segura celebra-se a 7 de fevereiro em 2017.

Este dia mundial da internet segura comemora-se todos os anos em fevereiro com o objetivo de promover a utilização segura da internet pelas pessoas, sobretudo pelas crianças, mais propícias a riscos nesta rede mundial de comunicação.

A iniciativa é da Rede INSAFE, que junta as organizações que desenvolvem a utilização consciente da Internet na União Europeia.

Regras da internet segura
  1. Criar uma password forte e segura
  2. Mudar de password de 6 em 6 meses
  3. Não ligar todas as contas entre si
  4. Não repetir passwords entre contas
  5. Fazer compras somente em sites seguros (“https”) e no computador pessoal
  6. Atualizar antivírus e restante software do computador
  7. Limpar a cache do computador
  8. Proteger a rede sem fios de internet com password segura
Documentos
  1. Estratégia europeia para uma Internet melhor para as crianças | Comissão Europeia [pdf]
  2. Pais, filhos e tecnologia [e-livro]
Links relacionados
Dia da Internet mais Segura [en]
SeguraNet - Campanha Dia da Internet + Segura 2022 
Better Internet for Kids

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Milagre da engenharia transforma auto-estrada em zona campestre













Há dois anos, filas de carros estavam constantemente paradas na A3 britânica, em Devil’s Punch Bowl, no Surrey. Agora, esta zona é uma pacata zona campestre, onde famílias passeiam calmamente e gozam das vistas naturais.

Toda esta transformação tem como pano de fundo um “milagre” da engenharia, que levou esta auto-estrada para baixo do monte. Aqui, cerca de mil veículos por hora seguem o seu destino.

Segundo a imprensa britânica, esta infra-estrutura custou €440 milhões. Os responsáveis pela obra, por outro lado, ficaram espantados pela forma como a natureza recuperou o lugar.

Estas obras, que fazem parte da auto-estrada que liga Londres a Portsmouth, no sul do País, arrancaram em 2008, tendo a auto-estrada sido inaugurada em 2011. Para além de devolver ao património natural parte da sua herança, a obra reduziu as viagens em 20 minutos.

Em vez de carros, agora são os corredores, caminhantes e ciclistas que usam o espaço. Para além das árvores, também os pássaros ganharam com esta solução de engenharia – muitos deles estão a voltar a um local onde os seus antepassados viveram.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Ciência: Jogar videojogos aumenta a "massa cinzenta" do cérebro



Ciência: Jogar videojogos aumenta a "massa cinzenta" do cérebro
Um estudo alemão revela que jogar videojogos ajuda a desenvolver várias regiões do cérebro e pode mesmo funcionar como forma de intervenção terapêutica em doenças neurológicas e psiquiátricas.
Um grupo de investigadores do Max Planck Institute for Human Development (MPIB) e da Universidade St. Hedwig-Krankenhaus de Berlim levou a cabo um estudo, publicado a semana passada na revista Nature, que tentou perceber a forma como os jogos afetam o cérebro.

Outros fatores

De acordo com os investigadores, a vontade de jogar também constituiu um fator muito importante no desenvolvimento do cérebro: nos jogadores com maior vontade, o nível de crescimento foi superior. O tipo de jogo também é importante: jogos de lógica, quebra-cabeças ou puzzles, como o Tetris ou o Minesweeper; ou jogos de correr e saltar, como o Super Mario ou o Sonic; são mais eficazes que jogos de ação como o Fallout ou Mass Effect.
Assim, pediram a um grupo de adultos (homens, entre os 20 e os 45 anos) que jogassem meia hora por dia do jogo "Super Mario 64", ao longo de dois meses; e a outro que não jogasse qualquer videojogo. Durante esse período, a equipa avaliou o volume cerebral dos participantes, através de ressonâncias magnéticas, e notou num aumento de "massa cinzenta" do cérebro naqueles que jogaram frequentemente, ao nível do hipocampo direito, do córtex pré-frontal direito e do cerebelo. O grupo "inativo" não revelou quaisquer transformações.
As áreas "afetadas" estão relacionadas com fatores como a orientação espacial, a formação de memória, o planeamento estratégico e os movimentos das mãos. O aumento destas capacidades, segundo os resultados da pesquisa, mostraram que jogar videojogos pode mesmo vir a funcionar como intervenção terapêutica em doenças neurológicas e psiquiátricas, principalmente naquelas em que se registam alterações ou reduções no tamanho do cérebro, como a esquizofrenia, o stress pós-traumático ou o Alzheimer.

"Determinadas regiões cerebrais podem ser treinadas através dos jogos", garantem

"Estudos anteriores não mostraram diferenças na estrutura do cérebro de quem joga videojogos, mas esta investigação consegue demonstrar uma relação causal entre este hábitos e um aumento do volume do cérebro, o que prova que determinadas regiões cerebrais podem ser treinadas através dos jogos", garantiu Simone Kühn, coordenadora do estudo, em comunicado.
Jürgen Gallinat, da Universidade de St. Hedwig-Krankenhaus e co-autor do estudo, acredita mesmo que "muitos pacientes aceitarão mais facilmente os vídeojogos [como terapêutica] do que outras intervenções médicas". O próximo objectivo é, portanto, uma pesquisa mais aprofundada do efeito dos videojogos na área da saúde mental.

Dossiês Interactivos BioTerra "Brincar e Aprender na Net"

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Documentário imperdível - A Native Brazilian Population



Em 1500 a população indígena Brasileira seria cerca de dez milhões. 500 anos depois esta cultura foi dizimada para 300.000. O documentário (em Inglês) explica as razões e  mostra a realidade actual dura e intensa dos índios Brasileiros.


segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Repensar o Automovel - estudo de caso em NYC



Há mais de 100 anos que a política do governo de Nova York deu prioridade às necessidades do automóvel sobre as necessidades de qualquer outro meio de transporte. Trabalhando sob a suposição equivocada de que mais tráfego de carro iria melhorar os negócios, os planeadores e engenheiros urbanos têm contribuído sistematicamente para que as  nossas sejam cada vez mais  mais perigoso e menos habitáveis. Como resultado, até mesmo a idéia de que a rua poderia ser realmente um "lugar" - um espaço compartilhado para a interacção humana e a qualidade de vida - foi quase completamente destruída. Assim, repensou-se a automobilização exagerada nesta cidade e criou-se uma mobilidade multifuncional.
 Ler mais aqui

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Living off the Grid


RRRRRRR - Charlotte Sometimes (The Cure Cover)

The people seemed so close
Playing expressionless games
The people seemed
So close
So many
Other names...


Teledisco original aqui no BioTerra
I don't understand why the band disliked this video so much. Charlotte is so pretty, the images of her in Victorian dress are hauntingly lovely, the setting (Royal Holloway Asylum) is classical English gothic. Sure this video has a slightly cheap b-movie vibe but I think that adds to its naive, creepy charm.
And a plus: Robert Smith's backing vocals while Robert Smith is singing is the best thing ever!

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Thich Nhat Hanh- Teachings on Love

Foto: Markus Keller

“Através do meu amor por ti, quero expressar o meu amor pelo inteiro cosmos, por toda a humanidade e por todos os seres. Vivendo contigo, quero aprender a amar todos e todas as espécies. Se conseguir amar-te, serei capaz de amar todos e todas as espécies na Terra”. Esta é a verdadeira mensagem do amor”

Thich Nhat Hanh, Teachings on Love, Berkely, Parallax Press, 1998, p.98.