sexta-feira, 30 de novembro de 2012

As contradições absurdas do capitalismo


Actualização: Passos admite concessionar escolas públicas a privados. E, grave, mesmo gravíssimo porque não haverá retorno possível, será a concessão/privatização do ensino superior.

Estes pupilos Passos Coelho, Relvas, Nuno Crato e Gaspar são neo-salazaristas e retrógrados, impondo cegamente um regime sanguinário. A União Europeia está mergulhada num merkelismo sem precedentes. O tempo está negro. A luz (ainda) é a sustentabilidade.
"Só serei verdadeiramente livre quando todos os seres humanos que me cercam, homens e mulheres, forem igualmente livres, de modo que quanto mais numerosos forem os homens livres que me rodeiam e quanto mais profunda e maior for a sua liberdade, tanto mais vasta, mais profunda e maior será a minha liberdade." - Mikhail Bakunin
Bom dia- faça o seu contributo por mais liberdade- liberte-se!

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Como elevar o primado da diversidade humana dentro da maior mentira do séc. XXI que é a austeridade

Muito precisava desta lentidão e qualidade pedagógica e elevação estética que não existe no telelixo. Os pais e professores estão cada vez mais isolados. Vamos deixar que o economês nos derrube?

Acho que temos que contornar as ideologias e trazer valores ao debate político. Trabalharmos as fronteiras que nos une e que nos divide. Caso contrário, o Holocausto repetir-se-à. A austeridade carrega em si um programa ideológico e não um programa de crescimento ou de economia ou de paz. Imagino-me e tenho cada vez mais a sensação de caminhamos para a autofagia, como no filme Apocalypto. Será a História sempre um eterno Big-bang e um Big-crash? Não poderemos inverter activamente por meios pacíficos? Eu vejo isso pelo meu próprio filho e enquanto professor: há demasiado bullying nas escolas, as aprendizagens estão desfasadas e comprimidas por causa dos exames, quase tudo reduzido a papel e lápis e copiar/colar , mais do que Ensino pelos processos e reflexões. A sociedade desabou/colapsou-se do consumismo e adormecida pela Disney Kids e telelixo e futebol que propaga valores de conflito e parvoíce...Depois o patronato em crise com o trabalhador. Na AR não devia haver disciplina de voto. Aos deputados pede-se mais deveres cumpridos do que zelar por seus interesses e por seus direitos. Sei que alguns são raríssimas excepções, mas indigna-me ver como presidenta da AR, uma reformada aos 40 e poucos anos! Indigna-me saber que quase 60% de deputados são acessores de empresas e de escritórios de advogados...etc, etc...E temos em mãos 1,5 milhão de pobres e 3 milhões em pura sobrevivência...O fio já é grande. Para terminar um video com fotos de várias populações e etnias humanas e um poema cortante de António Gedeão. Cumprimentos a todos.

Homem 
Inútil definir este animal aflito. 
Nem palavras, 
nem cinzéis, 
nem acordes, 
nem pincéis são gargantas deste grito. 
Universo em expansão. 
Pincelada de zarcão 
desde mais infinito a menos infinito. 
António Gedeão

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Somos todos elefantes

Actualização em 3-12-12Vale a pena lutar...aos pouquinhos, pequenas vitórias.Ocho meses después del safari del Rey español, Botswana prohíbe la caza de animales grandes

Como é possível/admissível assassinar/caçar tão nobre ser vivo, inspirador de força, união. Inspirador de poetas e de fotógrafos.




Eu sou elefante! 
E já tarde da noite
volta meu elefante,
mas volta fatigado,
e as patas vacilantes
se desmancham no pó.
Ele não encontrou
o de que carecia,
o de que carecemos,
eu e meu elefante,
em que amo disfarçar-me.
Exausto de pesquisa

[ler aqui o poema completo e belíssimo de Carlos Drummond Andrade]

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Era importante fazermos um mapa da (in)volução racista dentro da Europa

1.O escocês Ian Kinnaird, de 72 anos, resolveu fazer um teste de DNA de 200 euros, sem muitas expectativas. Quando o resultado saiu, nem os cientistas que conduziram o processo acreditaram:o seu DNA mitocondrial tinha 30 mil anos e havia passado pela “primeira” mulher da Terra, que viveu na África.[Hypescience, Julho] e [TelegraphAbril]

2. Um estudo da British thinktank Demos revela que os seguidores de grupos radicais de extrema-direita estão a crescer de forma preocupante em toda a Europa através das redes online. 
Esse estudo, publicado em Novembro de 2011 elaborado por políticos e académicos, reunidos em Bruxelas para analisar o fenómeno da extrema-direita na Internet, revelou que o radicalismo está a crescer em toda a Europa, a um ritmo alarmante, através de uma nova geração de jovens que usa cada vez mais as redes online para aderir à causa nacionalista. Segundo avançou o jornal britânico "The Guardian", a investigação foi feita pela British thinktank Demos, que pela primeira vez analisou comportamentos de apoiantes online de movimentos de extrema-direita, e revelou uma crescente adesão dos jovens europeus a movimentos nacionalistas. Segundo o estudo, os jovens revelam-se cada vez mais críticos em relação aos seus governantes e União Europeia, estando profundamente preocupados com o futuro e identidade cultural, bem como com o crescimento da imigração e o alastrar da influência islâmica na Europa. O estudo adianta que está a crescer na Europa um forte sentimento contra os imigrantes e, especialmente, uma enorme desconfiança em relação aos muçulmanos. Os partidos que difundem ideias xenófobas, anti-imigração e anti-islamitas, estão a espalhar-se para fora dos seus terrenos tradicionais em França, Itália ou Áustria e a conquistar países tradicionalmente mais liberais como a Holanda ou a Escandinávia, tendo agora significativas representações parlamentares nesses países. Não sei se existe um mapa deste género representado aqui embaixo, mas seria importante vermos a extensão da xenofobia dentro da Europa e até que ponto a austeridade e o seu discurso radical já despoletou o crescimento de partidos, movimentos neo-nazis e sua representação parlamentar. 
“ Serving your community should be woven into every stage of life ”

Leituras recomendadas:
QUEM SÃO OS DONOS DO BANCO CENTRAL EUROPEU - a ler e partilhar urgentemente

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Documentário: Colher Para Semear- O Tesouro Algarvio


Tesouro Algarvio - Sementes from Pedro Cunha on Vimeo.



Este documentário acompanha o levantamento do património hortícola no interior algarvio.
Ana Arsénio e Zé Miguel Fonseca, são os protagonistas desta busca pelas sementes tradicionais.
São mostradas várias fazes do projecto, desde a recolha das sementes, recolha dos garfos, workshops de preservação de sementes, mostra de variedades de tomates e o encontro dos guardiões de sementes (Mesa de Sábios).
Este documentário é também um agradecimento a todas as pessoas que participaram no levantamento, de relembrar o papel tão importante que têm, na defesa do nosso património vegetal cultivado e paralelamente contribuir para a dignificação dessa prática.

Leituras relacionadas:

domingo, 25 de novembro de 2012

Filme: Dez Minutos Mais Velho - O Celo


O segundo, Dez minutos mais velho: o cello (Ten minutes older: the cello, 2002), junta oito cineastas: Bernardo Bertolucci, Mike Figgis, Jirí Menzel, István Szabó, Claire Denis, Volker Schlöndorff, Michael Radford e Jean-Luc Godard. Vale frisar, novamente, que não se trata de uma homenagem ao Jazz. O instrumento do título se destaca apenas na trilha sonora de transição entre um curta-metragem e outro. 

Aqui, na verdade, impera a heterogeneidade - ainda maior do que em O trompete. Tem de ficção científica (Radford) a realismo fantástico (Schlöndorff), de experimentalismo (Godard e Figgis) a humor negro (Szabó), de acadêmica análise social (Claire) a registros emotivos (Menzel).

sábado, 24 de novembro de 2012

Combater a Opressão- como? por Agostinho da Silva


Combater a Opressão 

"É certamente admirável o homem que se opõe a todas as espécies de opressão, porque sente que só assim se conseguirá realizar a sua vida, só assim ela estará de acordo com o espírito do mundo; constitui-lhe suficiente imperativo para que arrisque a tranquilidade e bordeje a própria morte o pensamento de que os espíritos nasceram para ser livres e que a liberdade se confunde, na sua forma mais perfeita, com a razão e a justiça, com o bem; a existência passou a ser para ele o meio que um deus benevolente colocou ao seu dispor para conseguir, pelo que lhe toca, deixar uma centelha onde até aí apenas a treva se cerrara; é um esforço de indivíduo que reconheceu o caminho a seguir e que deliberadamente por ele marcha sem que o esmoreçam obstáculos ou o intimide a ameaça; afinal o poderíamos ver como a alma que busca, após uma luta de que a não interessam nem dificuldades nem extensão." 

Agostinho da Silva, in 'Considerações'



sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Fotossíntese- Dia da Floresta Autóctone e relatório "Turn Down The Heat"


O relatório “Turn Down the Heat” publicado pelo Banco Mundial revela que, se nada se alterar, a temperatura mundial aumentará 4 ºC até ao final do século, o que fará aumentar as crises alimentares, o nível do mar, os ciclones e as secas, que afetarão todos os países do mundo, embora se preveja que os mais pobres serão os mais prejudicados.
As florestas, os recursos naturais merecem melhor tratamento e respeito e "consciência" nacional, europeia e universal! Assim obteremos felicidade e alegria. 
Precisamos de redesenhar as sociedades, sem escravidão e banksters! Estes tipos do Portas, Crato e Ca. não só estão para lá da troika... estão para lá da decência!! 

Barbárie no séc. XXI? Não, obrigado. 

Inequality is Killing Capitalism por Robert Skidelsky [crónica excelente, publicada 21-11-12]



Amanhã em vários pontos do país, uma vez mais, imensos voluntários irão plantar várias árvores representativas da nossa floresta nativa. Precisamos de reinventar e proteger e incentivar uma rede urbana alternativa [Todmorden, p. ex.] , humanizadas e mais amigas do ambiente [kyoceras, p.ex] ,  à semelhança das extintas Vilarinho das Furnas ou Aldeia da Luz, ou das comunidades indígenas no Brasil e América do Sul. 

A todos desejo um bom trabalho. 
Muita Luz, precisamos dessa LUZ.

James Hansen - Por que preciso falar sobre alterações climáticas


O principal cientista climático James Hansen conta a história de seu envolvimento na ciência e no debate sobre as mudanças climáticas globais. Ao fazer isso, ele descreve a evidência esmagadora de que a mudança está acontecendo e por que isso o deixa profundamente preocupado com o futuro.
James Hansen fez insights importantes sobre nosso clima global e inspirou uma geração de ativistas e cientistas.

Atraído em controvérsia
Usando seu chapéu de abas largas, o cientista climático James Hansen inicia sua TEDTalk perguntando: “O que eu sei que faria com que eu, um cientista reticente do meio-oeste, fosse preso em frente à Casa Branca, protestando?”

Hansen estudou com o professor James Van Allen, que lhe contou sobre as observações de Vénus – havia intensa radiação de microondas – porque é quente e foi mantido assim por uma espessa atmosfera de C02. Ele teve a sorte de se juntar à NASA e enviar um instrumento para Vénus. Mas enquanto estava em trânsito, ele se envolveu em calcular qual seria o efeito do efeito estufa aqui na Terra.

Acontece que a atmosfera estava mudando diante de nossos olhos e “Um planeta mudando diante de nossos olhos é mais importante, afeta e muda nossas vidas”. O efeito estufa é entendido há um século. A radiação infravermelha é absorvida por uma camada de gás, funcionando como um cobertor para manter o calor.

Ele trabalhou com outros cientistas e acabou publicando um artigo na Science em 1981. Eles fizeram várias previsões nesse artigo: haveria mudanças nas zonas climáticas, aumento do nível do mar, abertura da passagem noroeste e outros efeitos. Tudo isso aconteceu ou está em andamento.

Esse artigo foi relatado na primeira página do NY Times, e o levou a testemunhar no Congresso. Ele disse a eles que produziria efeitos variados, ondas de calor e secas, mas também (porque a atmosfera mais quente retém mais vapor de água) chuvas mais extremas, tempestades mais fortes e maiores inundações.

Todo o 'hoopla' do aquecimento global tornou-se demais e o distraiu de fazer ciência. Além disso, ele estava chateado porque a Casa Branca havia alterado o seu testemunho, então decidiu deixar a comunicação para outras pessoas.

O futuro o atrai de volta
O problema de não falar era que ele tinha dois netos. Ele percebeu que não queria que eles dissessem: “Opah entendeu o que estava acontecendo, mas não deixou claro”.

Então ele foi atraído cada vez mais para a urgência.

Adicionar carbono ao ar é como jogar um cobertor na cama. “Mais energia está entrando do que saindo, até que a Terra esteja quente o suficiente para enviar ao espaço tanta energia quanto recebe do Sol.” A quantidade chave é o desequilíbrio, então eles fizeram as medições. Acontece que continentes a profundidades de dezenas de metros estavam ficando mais quentes, e a Terra está ganhando energia a partir do calor. Essa quantidade de energia equivale a lançar 400.000 bombas de Hiroshima todos os dias, ao longo de um ano, e há tanto em andamento quanto já ocorreu.

Se quisermos restaurar o equilíbrio energético e evitar mais aquecimento, precisamos reduzir os níveis de carbono de 391 partes por milhão para 350.

Os argumentos contra
Os cépticos afirmam que é o sol que impulsiona essa mudança. Mas Hansen observa que a maior mudança ocorreu durante o ponto mais baixo do ciclo solar – o que significa que o efeito do sol é ofuscado pelo efeito de aquecimento.

Existem registos notáveis ​​na Terra do que veio antes, e nós os estudamos extensivamente. Existe uma alta correlação entre a temperatura geral, os níveis de carbono e o nível do mar. A temperatura leva ligeiramente as mudanças de carbono em alguns séculos. Os cépticos gostam de usar isso para enganar o público. Mas esses são feedbacks amplificadores, mesmo que instigados por pequenos efeitos, um ciclo é configurado que se alimenta de si mesmo: mais sol no verão significa que as camadas de gelo derretem, o que significa um planeta mais escuro, o que significa mais aquecimento. Esses feedbacks amplificadores são responsáveis ​​por quase todas as mudanças paleoclimáticas.

Os mesmos feedbacks amplificadores devem ocorrer hoje. As camadas de gelo derreterão, carbono e metano serão liberados. “Não podemos dizer exatamente com que rapidez esses efeitos ocorrerão, mas é certo que ocorrerão. A menos que paremos o aquecimento.”

A visão do futuro
Hansen apresenta dados mostrando que a Gronelândia e a Antártida estão perdendo massa e que o metano está borbulhando do permafrost. Isso não augura nada de bom. Historicamente, mesmo com o nível de carbono atual, o nível do mar era 15 metros mais alto do que é agora. Teremos pelo menos um metro disso neste século.

Teremos iniciado um processo que está fora do controle da humanidade. Não haverá litoral estável, e as implicações económicas disso são devastadoras – para não mencionar a espetacular perda de espécies. É possível que 20-50% de todas as espécies possam ser extintas até o final do século se permanecermos com combustíveis fósseis.

As mudanças já começaram. O Texas, Moscovo, Oklahoma e outras ondas de calor na memória recente foram eventos excepcionais. Há evidências claras de que estes foram causados ​​pelo aquecimento global.

Injustiça intergeracional
O neto de Hansen, Jake, está super entusiasmado: “Ele acha que pode proteger sua irmãzinha de 2 dias e meio. Seria imoral deixar essas pessoas com um sistema climático fora de controle”.

A tragédia é que podemos resolver isso. Isso poderia ser resolvido através da cobrança de uma taxa pelas emissões de carbono, distribuída a todos os moradores. Isso estimularia a economia e a inovação, e não ampliaria o governo. Em vez de fazer isso, estamos subsidiando os combustíveis fósseis em US$ 400-500 biliões por ano em todo o mundo.

Isso, diz Hansen, é uma emergência planetária, tão importante quanto um asteroide a caminho. “Mas nós hesitamos, não tomando nenhuma ação para desviar o asteroide, mesmo que quanto mais esperamos, mais difícil e caro se torna.”

“Agora você sabe um pouco do que eu sei que está me soando para soar este alarme. Claramente eu não entendi essa mensagem. Preciso da tua ajuda. Devemos isso aos nossos filhos e netos”.

Site pessoal

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Cortina Verde da Kyocera com passo-a-passo (em Inglês)

Você já ouviu falar na KYOCERA?
Pois bem, trata-se de um conglomerado com 60 fábricas no Japão.
Pensando em proporcionar conforto térmico ao seus funcionários e de forma a diminuir o consumo de energia usada com sistemas de refrigeração, a empresa instalou essas cortinas verdes que reduzem até 15 graus no interior da construção. 

19 de Junho de 2009
29 de Junho de 2009


29 de Julho de 2009

A ideia deu tão certo que já instalaram em outros 12 locais, com planos de beneficiar outras fábricas do grupo.



Outra vantagem bacana é que eles usaram plantas de cabaça azeda (bitter gourd, uma iguaria japonesa) ou feijão, que é colhido e servido aos funcionários nos restaurantes das fábricas.

Colhendo...



E no prato dos funcionários!
Podemos plantar maracujá ou outras espécies, nativas ou não, que gerem frutos ou legumes. Que tal? Se você estiver pensando que ter uma igual a essa na sua casa ou empresa é algum bicho de sete cabeças, enganou-se. A ideia, além de bárbara, é de quebra facílima de fazer!

Uma das formas sugeridas para instalação da cortina verde.

Basicamente você vai precisar de sementes ou mudinhas, terra adubada, uma rede de nylon com trama grande, estacas de madeira e algumas buchas com parafusos. Dependendo do tipo de trepadeira que usar, você ganhará em cerca de dois meses uma linda cortina verde, que vai reduzir o calor no ambiente e a sua conta de luz também, vai complementar a alimentação da sua família e ainda por cima embelezar o seu imóvel.

Se ficou animado, você pode até conferir tudo isso no no site da própria KYOCERA, onde pode tirar ideias do tipo faça-você-mesmo (em Inglês).
E então, mãos à obra!?

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

António Campos e o documentário sobre Vilarinho das Furnas- 1971


Depoimento de António Campos e excerto do filme Vilarinho das Furnas, de António Campos, 1971.
Excerto do documentário Falámos de António Campos, de Catarina Alves Costa, 2008, prod.Midas Filmes.

Mais sobre António Campos no wikipedia

Diz Orlando Ribeiro na re-edição da obra de Jorge Dias (1981) que Vilarinho "é uma espécie de Requiem pelos pobres camponeses, pastores, moleiros e homens de outros ofícios humildes, que não inspiram aos prestigiosos construtores de barragens outro sentimento que não seja de profundo desprezo"

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Ecofoto da semana- arboricídio


Vamos PENSAR e MEDITAR em conjunto isto "A globalização neoliberal não é uma fatalidade nem é o fim da história

As florestas, os recursos naturais merecem melhor tratamento e respeito e "consciência" nacional, europeia e  universal! Assim obteremos felicidade e alegria. precisamos de redesenhar as sociedades, sem escravidão e banksters!

Quando os portugueses, a partir do dia 20, conforme o dia em que lhes pagam, virem, no mês de Janeiro, o ordenado que levam para casa, vão ficar completamente aturdidos com a modificação profunda que têm de fazer, mesmo em relação a 2012,na sua vida, e vão-se limitar, isto é a minha modesta opinião, a um consumo, isto no que toca às classes médias evidentemente, não aos abastados, aos homens com fortuna, vão-se limitar a um consumo que eu posso considerar de estrita sobrevivência, para todos aqueles que ainda não entraram naqueles 3 milhões de pobres e que vivem da caridade, de estrita sobrevivência que vai ter consequências enormes." -Carlos Moreno, juiz jubilado do Tribunal de Contas

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Continentes à venda- nova escravidão global perpetrada por banksters



1. É o próprio Banco Mundial que reconhece que este fenómeno implica frequentemente deslocalização de populações e abandono das suas culturas tradicionais, assistindo-se à exportação de «milhares de toneladas de alimentos de países que, paradoxalmente, vivem da assistência humanitária internacional para combater a fome e a desnutrição». Tudo isto ligado a gigantesca especulação financeira que transforma o mercado de alimentos num verdadeiro casino (surprise: com implicação da Goldman Sachs neste domínio, desde 1991). Notícia completa no Notícia no Publico Espanha[via Entre as Brumas da Memória]

2. O Tribunal de Braga condenou a oito meses de cadeia um desempregado de 27 anos por furto de 14 desodorizantes e quatro embalagens de gel de banho, num hipermercado da cidade.[Notícia]
Afinal, a "JUSTIÇA" portuguesa funciona ...e bem... mas só para quem está desempregado ...para banksters NADA! 


3.Governo vai criar novo banco para financiar a economia [Notícia DN
Este Governo já tem BPN2. Destrói-se a REN, mas o Império do Mal perdura?


domingo, 18 de novembro de 2012

Há um tufão muito maior- Silves e Lagoa foram premonitórios - a Terra sofre e nós já somos náufragos


Reflexões sobre Honra, Segurança e Compromissos

As "pedradas" que se dão em nome de um desenvolvimento insustentável programado e publicitado ad nauseum e que vai quebrar o sistema e um dia destes...o programa final de controle por parte da G. Sachs e seus Irmãos. Há uma guerra silenciosa há uns 30 anos para cá, que vem ganhando terreno perante um povo desgastado até à medula com a precariedade e seduzido por armas de distracção maciça: futebol e novelas e telelixo. Como é possível, por exemplo, a apresentadora da TVI com o Manuel Goucha ter o desplante de vir para revistas light afirmar que gasta em média 20 mil euros por mês??? Quem são os radicais? 

Houve um tufão em Silves, mas Gaia (Terra) está mesmo muito doente. E, não sei, ou saímos todos dos nossos sofás e netcafés e pedantismo e das armas de distracção maciça e corajosos e determinados saibamos EXIGIR prisão a culpados, caso contrário a tormenta que aí vem é enorme e prevêm-se muitos náufragos. O Reino Unido e os E.U.A. já estão em cacos!

 3.Tú no puedes comprar al viento.
Tú no puedes comprar al sol.
Tú no puedes comprar la lluvia.
Tú no puedes comprar el calor.
Tú no puedes comprar las nubes.
Tú no puedes comprar los colores.
Tú no puedes comprar mi alegría.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Não testado em animais - onde encontrar a lista


Quando vamos às compras um dos problemas com que nos deparamos é a leitura dos rótulos: são difíceis de perceber, letras miudinhas e depois não nos informam acerca da origem (animal ou vegetal) dos ingredientes utilizados. É por isso, ao ler esta página vai ficar bastante surpreendido (traduzido e adaptado, fonte: PETA). A seguir à leitura do rótulo, ainda nos deparamos com outro problema: a realização de testes em animais.
Como as marcas não nos informam correctamente e para facilitar a vida dos consumidores, a Liga Portuguesa dos Direitos do Animal possui uma lista com as empresas que testam e as que não testam os seus produtos em animais.

Basta passar os olhos para nos apercebermos de que muitos destes produtos são utilizados por nós diariamente! Não se esqueça: Seja consciente e deixe de utilizar estas marcas! Procure outras soluções! Para fazer a escolha certa, pode procurar produtos não testados em animais nos seguintes sítios: Caring Consumer,  Listagem LPDA e Peta

As marcas com o selo da PETA

A The Body Shop e a Urban Decay são um bom exemplo. As marcas recusam-se a fazer testes em animais e, por isso, não abrem lojas na China. Vendem menos, é certo, mas mantêm a sua filosofia cruelty free. Para poder pesquisar uma marca, basta ir ao site da PETA (aqui) e procurar a companhia ou produto. Mas a lista completa pode ser vista aqui (são mais de 40 páginas). A lista das marcas não aprovadas (e que ainda praticam testes em animais) também pode ser vista aqui.
 




Se gosta de ler blogues e sites nesta temática, há alguns credíveis e bem sustentados como o Cruelty-Free Kity, o blogue da PETA britânica, o Clear Conscience Beauty ou o Ethical Elephant

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Como disse? Desregulamentação é importante para potenciar a costa portuguesa

NOTA PRÉVIA: Já leram este texto de Robert Kurz- O Desenvolvimento Insustentável da Natureza? Já tem 10 anos e mantem toda a actualidade!


Este ignorante facínora (ex ou praticante de windsurf) que diz que temos o maior estuário do mundo devia ser preso e a chave deitada fora. É por causa de criminosos destes que estamos paulatinamente a dar cabo da nossa costa e recursos naturais. Que se vá embora rapidamente, tal como este governo vergonhoso... A desregulamentação é a panaceia destes neo-liberais que depois outorgam concessões a amigos, cunhados e cunhas. Prisão com eles! (obrigado Manuel Trindade, subscrevo 100%)

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

A MEMÓRIA DOS POVOS!



Por onde anda a memória? - Um pouco de história 

Em 1953, há menos de 60 anos - apenas uma geração - a Alemanha de Konrad Adenauer entrou em default, falência, ficou kaput, ou seja, ficou sem dinheiro para fazer mover a actividade económica do país. Tal qual como a Grécia actualmente.A Alemanha negociou 16 mil milhões de marcos em dívidas de 1920 que entraram em incumprimento na década de 30 após o colapso da bolsa em Wall Street. O dinheiro tinha-lhe sido emprestado pelos EUA, pela França e pelo Reino Unido. Outros 16 mil milhões de marcos diziam respeito a empréstimos dos EUA no pós-guerra, no âmbito do Acordo de Londres sobre as Dívidas Alemãs (LDA), de 1953. O total a pagar foi reduzido 50%, para cerca de 15 mil milhões de marcos, por um período de 30 anos, o que não teve quase impacto na crescente economia alemã. O resgate alemão foi feito por um conjunto de países que incluíam a Grécia, a Bélgica, o Canadá, Ceilão, a Dinamarca, França, o Irão, a Irlanda, a Itália, o Liechtenstein, o Luxemburgo, a Noruega, o Paquistão, a Espanha, a Suécia, a Suíça, a África do Sul, o Reino Unido, a Irlanda do Norte, os EUA e a Jugoslávia.

As dívidas alemãs eram do período anterior e posterior à Segunda Guerra Mundial. Algumas decorriam do esforço de reparações de guerra e outras de empréstimos gigantescos norte-americanos ao governo e às empresas. Durante 20 anos, como recorda esse acordo, Berlim não honrou qualquer pagamento da dívida (!).Por incrível que pareça, apenas oito anos depois de a Grécia ter sido invadida e brutalmente ocupada pelas tropas nazis, Atenas aceitou participar no esforço internacional para tirar a Alemanha da terrível bancarrota em que se encontrava. Ora os custos monetários da ocupação alemã da Grécia foram estimados em 162 mil milhões de euros sem juros. 

Após a guerra, a Alemanha ficou de compensar a Grécia por perdas de navios bombardeados ou capturados, durante o período de neutralidade, pelos danos causados à economia grega, e pagar compensações às vítimas do exército alemão de ocupação. As vítimas gregas foram mais de um milhão de pessoas (3.8960 executadas, 12 mil abatidas, 70 mil mortas no campo de batalha, 105 mil em campos de concentração na Alemanha, e 600 mil que pereceram de fome). Além disso, as hordas nazis roubaram tesouros arqueológicos gregos de valor incalculável.

Qual foi a reacção da direita parlamentar alemã aos actuais problemas financeiros da Grécia? Segundo esta, a Grécia devia considerar vender terras, edifícios históricos e objectos de arte para reduzir a sua dívida.Além de tomar as medidas de austeridade impostas, como cortes no sector público e congelamento de pensões, os gregos deviam vender algumas ilhas, defenderam dois destacados elementos da CDU, Josef Schlarmann e Frank Schaeffler, do partido da chanceler Merkel. Os dois responsáveis chegaram a alvitrar que o Partenon, e algumas ilhas gregas no Egeu, fossem vendidas para evitar a bancarrota. "Os que estão insolventes devem vender o que possuem para pagar aos seus credores", disseram ao jornal "Bild". Depois disso, surgiu no seio do executivo a ideia peregrina de pôr um comissário europeu a fiscalizar permanentemente as contas gregas em Atenas.

O historiador Albrecht Ritschl, da London School of Economics, recordou recentemente à "Spiegel" que a Alemanha foi o pior país devedor do século XX. O economista destaca que a insolvência germânica dos anos 30 faz a dívida grega de hoje parecer insignificante. "No século xx, a Alemanha foi responsável pela maior bancarrota de que há memória", afirmou. "Foi apenas graças aos Estados Unidos, que injectaram quantias enormes de dinheiro após a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, que a Alemanha se tornou financeiramente estável e hoje detém o estatuto de locomotiva da Europa. Esse facto, lamentavelmente, parece esquecido", sublinha Ritsch. O historiador sublinha que a Alemanha desencadeou duas guerras mundiais, a segunda de aniquilação e extermínio, e depois os seus inimigos perdoaram-lhe totalmente o pagamento das reparações ou adiaram-nas. 

A Grécia não esquece que a Alemanha deve a sua prosperidade económica a outros países. Por isso, alguns parlamentares gregos sugerem que seja feita a contabilidade das dívidas alemãs à Grécia para que destas se desconte o que a Grécia deve actualmente. A ingratidão dos países, tal como a das pessoas, é acompanhada quase sempre pela falta de memória. 

por Albrecht Ritschl, da London School of Economics

Actualização importante: 
Crise Económica Europeia: Resultado Desastroso da Moeda Única e Balança Comercial Negócios Portugal/ Merkelismo Estudos de Eugénio Rosa,10.11.2012

domingo, 11 de novembro de 2012

Encontros Improváveis: Dadi Janki e Ségio Godinho- O Cão Raivoso

Que tipo de mundo está se formando agora, além desse inverno de guerra e tristeza, de pobreza, poluição e morte? 
No inverno, nós prevemos a primavera.
Aqueles com uma visão positiva do futuro nos dão uma imagem de um mundo, neste planeta, onde todas as coisas são dadas de graça, onde o mais elevado potencial humano é completamente realizado.
Mas nós podemos entrar naquele estágio apenas quando há líderes para nos levar para lá
.” - Dadi Janki


Mais vale ser um cão raivoso
que uma sardinha
metida, entalada na lata
educadinha
pronta a ser comida, engolida, digerida
e cagadinha
Mais vale ser diferente da sardinha
um cão raivoso que sabe onde ferra
ferra fascistas e chama-lhe um figo
olhos atentos e patas na terra.


Dossiê Planificando a Paz foi actualizado

sábado, 10 de novembro de 2012

How Permaculture Can Save Humanity & the Earth, but Not Civilization

Aristides de Sousa Mendes - O Cônsul de Bordéus- finalmente em FILME!

Em hora boa para a visita da Merkel à Portugiesische Kolonie.
Da dor de todo silêncio finalmente agora portugal recupera-te e ficaste mais claro e livre, após décadas de ausência forçada e incompreendida.

Viva Aristides Sousa Mendes!         

Cell- Father


Em "O cônsul de Bordéus", correalizado por Francisco Manso e João Correa, cruza uma história de ficção, de um maestro que recua nas suas memórias a Junho de 1940, quando foi um dos milhares de refugiados durante o regime nazi, com a vida real de Aristides de Sousa Mendes.O diplomata português, à revelia de Oliveira Salazar, atribuiu cerca de trinta mil vistos a refugiados perseguidos pelo regime nazi em 1940. 

Pela Blogosfera
Amigos de Aristides Sousa Mendes

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

O lado negro da Caritas

Philippe Jaroussky canta Los Pajaros Perdidos com o grupo de Christina Pluhar

O Lado Negro da Caritas 
A Caritas, o BES e a relação não tão estranha de uma grande parte da Igreja Católica em não atacar demasiado estas medidas de austeridade. A ler e partilhar.


Ontem publiquei o lado negro do Banco Alimentar. Hoje é o da Caritas. Desculpem constantemente a desilusão, mas as verdades são para isso mesmo: não ficarem em nós, ajudarmos a romper a escravidão e abrir-se LUZ. Estou farto de meias cantigas, meias tintas, desinteresse e falta de convergência dos vários movimentos. Vou com os pássaros. Ver mais longe o que se passa e que vendavais virão.

Ler o poema belíssimo  'Los pájaros perdidos' (Canción)  aqui.

Dossiê Educação Ambiental e Religião foi actualizado.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Artivismo da Semana

Hugo Simberg, O Anjo Ferido (1903) Atheneum, Helsinki 

"Para estar junto não é preciso estar perto, e sim do lado de dentro".~
Leonardo da Vinci

"E é por dentro que cresce a Ética, a Arte,  a Justiça, a Elevação, o Ecos Humano" ~
João Soares

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Documentário: Quem matou o carro eléctrico?



Em 1996, pensando em reduzir o efeito dos gases de estufa, o Estado da Califórnia exigiu que as linhas de montagem  fabricassem uma pequena percentagem de carros que não emitissem poluentes, isso quer dizer, carro elétrico.
As novas linhas de montagem, então, focaram-se em duas linhas de frente:
1-fazer o carro para cumprir a lei,
2-derrubar a exigência legal através de lobistas.

Conseguiram fabricar o carro, a exemplo dos EV1 da GM, que eram muito mais eficientes, duráveis, ágeis, silenciosos e sustentáveis que o velho carro de motor a combustão. Foi uma grande evolução para o meio-ambiente.

Mas conseguiram também derrubar a lei e, então, obrigaram os clientes (inclusive Tom Hanks e Mel Gibson) a devolver os seus veículos elétricos que estavam em leasing e... os destruíram!
Você tem ideia da razão de interesses estariam por trás de destruir os melhores carros até então construídos? O filme mostra e esclarece, derrubando todos os mitos gerados por interesses corporativos.

domingo, 4 de novembro de 2012

Aconteceu neste dia, 4 de Novembro de 1960 - Jane Goodall - homenagem

November 4th, 1960 Dr. Jane Goodall observes chimpanzees creating tools, the first-ever observation in non-human animals: 'The great moment took place on Friday, November 4. Since Short had gone into Kigoma on an errand, Jane was wandering in the mountains on her own. She started up the Kakombe valley behind her camp, but, following the auditory tr...ail of cries and hoots, she moved north, walking on a high ridge trail above the Linda valley. She was passing within 100 yards of a termite mound when, at 8:15, she happened to notice a black object in front of the mound. Jane didn't remember seeing a tree stump there, as the journal indicates, and so she looked more closely and realized it was a chimp. I quickly dropped down, & crawled through the sparse dry grass until I reached a tree with greenery sprouting at the base.Looking through the screen of those leaves, she observed the ape, about 50 yards away, picking up things from the termite mound and putting them in his mouth. Eating. His back was turned toward her. Jane carefully moved around to get a better view, while the chimp turned around, facing her - but still not aware, apparently, that he was being watched.'


Jane Goodall: The Woman Who Redefined Man, Dale Peterson

Todas as Postagens sobre Jane Goodall no Bioterra

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Olhos Azuis - Documentário Sobre Preconceito, por Jane Elliot


"A professora e socióloga americana Jane Elliott ganhou um Emmy pelo documentário Eye of the Storm (1970) onde um exercício de discriminação era aplicado em uma sala de aula do 3º Ciclo, baseado na cor dos olhos das crianças, ela voltou ao tema no clássico da PBS FRONTLINE: A Class Divided (1985).
Hoje aposentada, Jane Elliott aplica workshops sobre racismo para adultos em Blue Eyed retoma sua polémica experiência, onde tenta colocar as pessoas de olhos azuis no lugar de uma pessoa negra por um dia. O objetivo é fazer com que os brancos sintam, na própria pele, o sofrimento provocado pelo preconceito racial. Desta vez, ela reuniu um grupo de jovens, universitários, o documentário mostra um desses impressionantes workshops em que o exercício de discriminação pela cor dos olhos também foi aplicado."


"Tudo que o homem não conhece não existe para ele. Por isso o mundo tem, para cada um, o tamanho que abrange o seu conhecimento."
(Carlos Bernardo González Pecotche)

"Um povo ignorante é um instrumento cego da sua própria destruição."
(Simón Bolivar)

Em 28 de Agosto de 1963, Martin Luther King disse sua frase mais emblemática: "I Have a Dream..." e a onda do seu sonho nunca deixará de reverberar na mente das pessoas que, assim como ele, partilham este ideal de igualdade de direitos, inalienáveis a todos os humanos, pelo simples facto de o serem. No documentário intitulado "Olhos Azuis", a professora norte-americana Jane Elliott tenta propagar a podridão que é possuir preconceito assim tentando realizar a transformação do sonho de Martin Luther King, em realidade. Jane abala a estrutura de nosso psicológico ao colocar pessoas de um grupo controlado para sentirem na pele o que as minorias sentem todos os dias de suas vidas, produto desse meio social que dilacera as minorias e as põem como inferiores. As implicações são fantásticas... Assistam e evoluam!

A professora e socióloga Jane Elliott ganhou um Emmy pelo documentário de 1968 "The Eye of the Storm", em que aplicou um exercício de discriminação numa sala de aula da terceira série, baseada na cor dos olhos das crianças. Hoje aposentada, aplica workshops sobre racismo para adultos. "Olhos Azuis" é o documentário de um desses workshops em que o exercício de discriminação pela cor dos olhos também foi aplicado. O objectivo do exercício é colocar pessoas de olhos azuis na pele de uma pessoa negra por um dia. Para isso, ela rotula essas pessoas, baseando-se apenas na cor dos olhos, com todos rótulos negativos usados contra mulheres, pessoas negras, homossexuais, pessoas com deficiências físicas e todas outras que sejam diferentes fisicamente.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

O Sistema Irracional - Sociedade do Trabalho ou da Preguiça

O trabalho é a palavra que tomou conta dos discursos e das preocupações das pessoas. Aqueles que o não têm gritam pelo direito ao trabalho, aqueles que o têm gritam pela sua manutenção, por um trabalho a tempo inteiro e para a vida. As pessoas vivem cada vez mais em função do trabalho, deixaram de ter tempo para si próprias e esqueceram-se de si mesmas. A necessidade da manutenção e da defesa dos seus postos de trabalho tornaram-se no melhor polícia de cada um, fizeram com que cada vez mais as pessoas se calem, mantem a constestação social com rédea curta. A automatização tomou conta das pessoas e a ideia dos quase robos nas cadeias de montagem, como mostrou Chaplin nos Tempos Modernos, já esteve mais longe.

Entramos numa tal engrenagem que os tempos livres nos assustam porque não sabemos o que fazer com eles, porque a única coisa que sabemos fazer é matar o tempo daquilo que não é mais tempo livre, mas tempo de recuperação de energias para voltarmos ao tempo do trabalho .Por isso há toda uma industria do tempo livre organizada para nos entreter, para manter o barulho à nossa volta, para não deixar que o silêncio nos perturbe, pois temos horror do silêncio, para que o tempo de contemplação, de troca de ideias, de vagabundagem, o tempo dos eurekas de que falam os grandes inventores, não possa acontecer.

O trabalho tornou-se o deus que comanda cada vez mais esta sociedade, tornou-se uma verdadeira obsessão, e a verdade é que começamos a tomar consciência que nunca mais haverá trabalho a tempo inteiro para tanta gente. Diminuir o tempo de trabalho era a ideia e o objetivo de que presidia aos visionários que inventaram e hoje inventam as máquinas cada vez mais sofisticadas para fazerem o nosso trabalho, para nos aumentar o bem estar e diminuir e redistribuir o tempo de trabalho.

Se vivessemos num tempo em que as tomadas de decisão tivessem um minimo de lógica, hoje o tempo de trabalho era muito mais curto, haveria efetivamente mais tempos livres, mais tempos de lazer, estaríamos a assistir ao fim de uma sociedade centrada no trabalho e ao nascimento de um tempo onde o trabalho ocuparia menos tempo da nossa vida, um tempo onde onde o direito à preguiça, porque tempo de criação e invenção, fosse incentivado, numa sociedade da espiritualidade, do novo renascimento. Uma consciência antiga pois já em 1902 Paul Lafargue defendia o direito à preguiça, o direito a uma sociedade do lazer, e, em 1930, Keynes, em plena crise, dizia que antes do fim do século necessitaríamos só de 3 horas de trabalho produtivo para que a sociedade pudesse responder às suas necessidades.

Pelo contrário, este sisema irracional perpetua o modelo da ainda revolução industrial, do tempo de sermos escravos do dinheiro e do consumo, onde nos esquecemos de nós próprios e do nosso bem. Um sistema que produz uma legião de inúteis, como os donos do mundo chamam aqueles que não têm trabalho, que cada vez mais estão a engrossar, levando a que aos poucos a maior parte deles acabem por desistir da própria vida.

Mas, ao mesmo tempo que estamos a viver um tempo que parece sem saída, um tempo de bloqueios, se trabalharmos no interior da contradição, percebemos que esta sociedade, este modo de vida, tem dentro dela os virus que a vai destruir e vai abrir espaço para a entrada num tempo onde o direito à preguiça deve ter todo o espaço do mundo, um tempo onde o lazer deve ser uma realidade, um tempo onde temos todo o tempo do mundo para a vagabundagem, tempo por excelência onde as invenções se concretizam. onde estamos livres para as novas ideias aparecerem.: Só agora, continuemos a ouvir Agostinho da Silva , com uma economia capitalista há riqueza e saber para se conseguir o desenvolvimento pleno, para acabar com a carência que vem de tão longe, para chegar a um ponto em que haja tudo para todos, tal como na Ilha dos Amores, que Camões tão bem contou nos Lusíadas, em que toda a economia desaparecerá. Economia que será uma recordação do passado, como queriam os tais portugueses do século XIII, onde o Homem possa passar à sua verdadeira vida, que é a de contemplar o mundo, de ser poeta do mundo, de tal forma que ninguém se preocupe por fazer tal e tal obra, mas por ser único no mundo, entre os tais biliões que existem.

Vamos entrar numa coisa parecida como a que os portugueses e alguns italianos intitulavam de Idade do Espírito Santo, a Idade em que as crianças cresceram tanto que a sua espontaneidade e capacidade de sonhar nunca se extinguisse e um dia dia fossem capazes de dirigir o mundo.

Interessa-nos hoje que os tempos de criação e fruição, os tempos de lazer e gratuitidade de que falámos atrás, sejam não só um espaço-tempo de respiração que liga dois tempos afogueados, mas também um espaço-tempo de concepção de projectos que permitam e criem condições para o desenvolvimento e a afirmação das capacidades criativas de cada indivíduo, onde se pode ter todo o tempo do mundo para pensar, desenvolver projectos, experimentar soluções. Efetivamente, procuramos configurar algo que possa potenciar ideias e estratégias capazes de conduzirem à transformação do tempo chamado de trabalho num tempo que estimule a participação e a criatividade de cada indivíduo e que seja factor de desenvolvimento e de realização pessoal.

Procuramos no fundo romper as fronteiras entre os tempos chamados de trabalho e de lazer, e isto porque temos consciência que a própria transformação interna do mundo chamado do trabalho, que passará a exigir outras qualificações das pessoas e uma redistribuição mais solidária, vai implicar não só um aumento dos tempos livres, mas que estes tempos livres sejam não um tempo de fuga mas sim um espaço de afirmação de novas qualificações e de novos desafios. A diferença que passará a haver entre estes dois tempos traduzir-se-á, a nosso ver, no facto de que no trabalho tudo se deverá centrar no produto e na planificação dos tempos de criação-produção desse produto, enquanto que no lazer haverá uma outra liberdade para experimentar os processos e para perder tempo a descobrir outras soluções, para vagabundear tal como Umberto Eco quando se perdia nas bibliotecas em busca do livro que desconhecia, ou melhor, em busca do conhecimento. [Fonte: Carlos Fragateiro]