quarta-feira, 30 de novembro de 2005

Extractos do Código da Publicidade

O Código da Publicidade, publicado em lei em Outubro de 1990, estabeleceu os princípios que procuram evitar alguns desses riscos. Assim, por exemplo, não é permitida a publicidade que:



- pela sua forma, objecto ou fim, ofenda os valores, princípios e instituições fundamentais constitucionalmente consagrados;
- se socorra, depreciativamente, de instituições, símbolos nacionais ou religiosos ou personagens históricas;
- estimule ou faça apelo à violência, bem como a qualquer actividade ilegal ou criminosa;
- atente contra a dignidade da pessoa humana;
- contenha qualquer discriminação em virtude da raça ou do sexo;
- utilize, sem autorização da própria, a imagem ou as palavras de alguma pessoa;
- utilize linguagem obscena;
- encoraje comportamentos prejudiciais à protecção do ambiente;
- tenha como objecto ideias de conteúdo sindical, político ou religioso;
- utilize idioma de outros países;
- não seja inequivocamente identificada como tal, qualquer que seja o meio de difusão utilizado;
- na rádio ou televisão, não seja claramente separada da restante programação, através da introdução de um separador no início e no fim do espaço publicitário.
- apresente imagens subliminares ou outros meios dissimuladores que explorem a possibilidade de transmitir publicidade sem que os destinatários se apercebam da natureza publicitária da mensagem;
- não respeite a verdade e deforme os factos;
- não apresente a origem, natureza, composição, propriedades e condições de aquisição dos bens ou serviços publicitados de forma exacta e passível de prova, a todo o momento, perante as instâncias competentes;
- de qualquer forma, incluindo a sua apresentação, e devido ao seu carácter enganador, induza ou seja susceptível de induzir em erro os seus destinatários ou possa prejudicar um concorrente;
- atente contra os direitos do consumidor;
- encoraje comportamentos prejudiciais à saúde e segurança do consumidor, nomeadamente por deficiente informação acerca da perigosidade do produto ou da especial susceptibilidade da verificação de acidentes em resultado da utilização que lhe é própria;
- apresente ou descreva situações onde a segurança não seja respeitada;
- incite directamente os menores, explorando a sua inexperiência ou credulidade, a adquirir um determinado bem ou serviço;
- incite directamente os menores a persuadirem os seus pais ou terceiros a comprarem os produtos ou serviços em questão;
- contenha elementos susceptíveis de fazerem perigar a integridade física ou moral dos indivíduos, designadamente pelo incitamento à violência;
- explore a confiança especial que os menores depositam nos seus pais, tutores ou professores.
- apresente menores como intervenientes principais nas mensagens publicitárias em que não se verifique existir uma relação directa entre eles e o produto ou serviço veiculado.
- utilize comparações que não se apoiem em características essenciais, afins e objectivamente demonstráveis dos bens ou serviços ou que os contraponha com outros não similares ou desconhecidos;
- promova o consumo de bebidas alcoólicas a menos que não se dirija especificamente a menores e, em particular, não os apresente a consumir tais bebidas, não encoraje consumos excessivos, não menospreze os não consumidores, não sugira sucesso, êxito social ou especiais aptidões por efeito do consumo, não sugira a existência, nas bebidas alcoólicas, de propriedades terapêuticas ou de efeitos estimulantes ou sedativos, não associe o consumo dessas bebidas ao exercício físico ou à condução de veículos e não sublinhe o teor de álcool das bebidas como qualidade positiva.
- promova sob qualquer forma o consumo de tabaco;
- promova veículos automóveis em situações ou sugestões de utilização do veículo que possam pôr em risco a segurança pessoal do utente ou de terceiros, contenha situações ou sugestões de utilização do veículo perturbadoras do meio ambiente ou apresente situações de infracção das regras do Código da Estrada, nomeadamente, excesso de velocidade, manobras perigosas, não utilização de acessórios de segurança e desrespeito pela sinalização ou pelos peões.

terça-feira, 29 de novembro de 2005

Excesso de emissões de CO2 em Portugal- Louçã alerta para multas

Multas ambientais podem custar duas Otas

Francisco Louçã alertou na quarta-feira 23 para o facto de, se não houver uma mudança de política rápida e urgente, Portugal terá de pagar a partir de 2007, e de acordo com o Protocolo de Quioto, de 1500 a 2000 milhões de euros de multas por excesso de emissões de CO2, responsável pelo efeito estufa. Este valor corresponde a duas vezes o investimento público previsto para a OTA ou três anos do funcionamento das SCUTs.

Há dias falamos na Área de Projecto sobre automóveis alternativos e os alunos perguntaram-me onde há postos de abastecimento de carros híbridos/eléctricos? E as oficinas?


A vantagem consiste em armazenar energia excessiva (por exemplo travagens) produzida pelo motor a combustão e depois reutiliza-la com o motor eléctrico (exemplo arranque).
Para isso essa energia precisa de ser armazenada em baterias no veículo.
Sendo assim, os veículos usam combustível vulgar, e podem abastecer em qualquer posto de combustível convencional.
Alguns veículos híbridos permitem carregar directamente essas baterias. É a mesma situação dos veículos eléctricos, pois estes não possuem motor a combustão. (exemplo algumas scooters)
Nesses casos o "posto de abastecimento" é simplesmente a tomada eléctrica lá de casa.

Qualquer oficina repara carros híbridos.
(Obrigado Carlos Oliveira e Francisco Ferreira pelos esclarecimentos prestados).

Documentário fundamental

Começa a ser cada vez mais tentador o mudar de automóveis para eléctricos, híbridos e utilizar scooters e/ou bicicletas elétricas ou a energia metabólica.
Se nada fizermos pagaremos multas com o custo de duas OTAS, como alerta e muito bem o Prof. Francisco Louçã

segunda-feira, 28 de novembro de 2005

Werner Herzog - É só uma resposta maravilhosa


Por Brigid Grauman. Este texto foi publicado no "Financial Times". Tradução de Luiz Roberto Mendes Gonçalves. [FOLHA 10/6/07]

Nos anos 1970, o diretor de cinema alemão Werner Herzog era o favorito da contracultura, um cineasta visionário cujos pares incluíam Rainer Werner Fassbinder e Hans Jürgen Syberberg. Mas Fassbinder está morto e Syberberg silencioso, enquanto Herzog continua firme, e seus filmes ainda atraem seguidores apaixonados.Isso ficou evidente em uma recente sessão no Instituto Goethe, em Bruxelas, onde Herzog respondeu a perguntas depois de uma projeção.Várias pessoas mencionaram imagens que as acompanharam durante anos -as galinhas dançando no final de "Stroszek" (1977), o trigo ondulante nas primeiras cenas de "O Enigma de Kaspar Hauser" (1974). Pelas respostas de Herzog, esse tipo de reação emocional detalhada é não apenas aquilo de que gosta mas aquilo que espera. Como diretor, ele diz que busca esses momentos de "verdade extática", que têm o impacto da poesia. "É como uma iluminação, algo que fica como um eco dentro de você", explica, usando as mãos expressivamente, mais parecendo um francês que um alemão. Estamos num restaurante elegante de Bruxelas, um antigo açougue que se especializou em tripas e vísceras. Herzog tinha dito que queria conhecer um lugar tipicamente belga, então o que melhor para um homem que professa viver no limite? Vísceras pareciam apropriadamente radicais. Assim como o pequeno Peugeot com que o apanhei no hotel, o restaurante compacto parece pequeno para Herzog, um homem alto e espaçoso, de olhos tristes, oblíquos.
Sapatos surrados
Ele enfia embaixo da mesa seus sapatos cinza surrados, de caminhada. Eu fizera questão de notar seu calçados antes porque Herzog é conhecido por empreender caminhadas extraordinariamente longas. Certa vez ele foi a pé de Paris a Munique para ver uma amiga agonizante, a historiadora Lotte Eisner, uma jornada que mais tarde narrou em "Walking on Ice" [Caminhando no Gelo, 1974]. "Os ratos... Você não faz idéia de quantos ratos você vê quando caminha pelos campos", ele diz, recordando a viagem. Herzog tende a se afastar de seus contemporâneos, mas uma vez organizou uma retrospectiva da obra de Fassbinder."Fassbinder sempre estava num círculo de gays. Nós nos abraçávamos com rigidez, mas nunca fomos íntimos. "Quando não está viajando, Herzog, que foi casado três vezes e tem três filhos, hoje vive em Los Angeles. Seu meio-irmão, Lucki, trabalha como seu produtor. Ele se descreve como um contador de histórias e um poeta, e dirigiu mais de 50 filmes, incluindo documentários, que têm em comum uma visão do mundo ligeiramente distorcida, com poderosas paisagens povoadas por personagens movidos pela paixão, obsessão ou uma forma pessoal de integridade."Aguirre, a Cólera dos Deuses" (1972) é sobre uma busca fracassada por ouro na Amazônia pelos conquistadores espanhóis do século 16, liderados por Klaus Kinski, o ator que teve um relacionamento muitas vezes acidentado com Herzog durante os cinco filmes que fizeram juntos. 
Criaturas extremas
Os heróis de Herzog são criaturas de extremos, como o homem inocente libertado na Alemanha do século 19 em "Kaspar Hauser", o visionário febril que quer abrir uma ópera nas profundezas da selva sul-americana em "Fitzcarraldo" (1982) ou o ativista americano em defesa dos animais Timothy Treadwell em "O Homem Urso" (2005).Herzog levanta sua cabeça grande e solene para explicar que não é atraído pelos excessos, mas os encontra por acaso.Ele lembra um momento surrealista em Los Angeles, no ano passado, quando um franco-atirador o atingiu quando era entrevistado pela BBC. "A bala -de pequeno calibre, não era uma bala séria- atravessou um catálogo que estava no meu bolso, por isso não me feri gravemente", diz."Todo mundo se apavorou. Eu não tive problemas." Balançando suavemente a cabeça, diz que tem uma capacidade singular para atrair eventos violentos. Recentemente, enquanto filmava na Antártida um documentário para a televisão, um "snowmobile" capotou em cima dele. "Ossos fortes", diz com satisfação por ter sobrevivido ileso. "Minha atitude sempre foi de que certos eventos não podem ser cobertos pelo seguro. "As filmagens de Herzog são, lendariamente, acompanhadas de falhas, dramas, mortes e acidentes. Enquanto ele relata com prazer teatral uma série de anedotas sobre como as equipes de filmagens habitualmente se rebelam, Herzog claramente mostra um gosto pelo histrionismo. Mas admite que, na realidade, a maioria das filmagens transcorre calmamente, e suas equipes o respeitam. A biografia de Herzog tem uma certa dimensão mítica. Para começar, seu verdadeiro nome não é Herzog. Ele nasceu Werner Stipetic, 64 anos atrás, mas trocou o nome croata de sua mãe por Herzog, que significa "duque" em alemão, "como Duke Ellington. Meu nome de guerra". Seus filmes constituem sua "biografia de sonho", diz. Nos últimos 15 meses, esses sonhos envolveram trabalhar em quatro filmes, entre eles "Rescue Dawn", a história de Dieter Dengler, um piloto americano nascido na Alemanha que foi derrubado no Laos em 1966 durante a Guerra do Vietnã. Dengler consegue escapar, depois de ficar prisioneiro em condições terríveis.Herzog diz que não se interessa por política, a Guerra do Vietnã ou a posição dos EUA no mundo. "Não é uma história sobre guerra, é mais uma visão de Joseph Conrad sobre as provações dos homens", diz sobre o filme.Dengler, que morreu em 2001, também foi o tema do documentário de 1997 de Herzog "Little Dieter Needs To Fly" [O Pequeno Dieter Precisa Voar], e é claramente um homem no estilo que agrada a Herzog.Ambos têm forte capacidade de sobrevivência e nenhum deles teve pai: o de Dengler foi morto na Segunda Guerra Mundial, enquanto o de Herzog abandonou a família quando ele era bebê. Pai ausente. A falta de uma figura paterna, diz com uma risada franca, foi na verdade uma bênção. "Agradeço a Deus de joelhos por não ter tido um comandante me dando ordens. "A ausência do pai também tem uma ressonância simbólica para um artista nascido no final da Segunda Guerra, filho de uma "geração perdida", como diz. "Meu irmão mais velho e eu éramos "homens" aos 13 anos; poderíamos criar famílias. "Bebericando Beaujolais, Herzog torna-se severamente crítico do que considera os traços de personalidade germânicos, embora continue sentimentalmente ligado a suas raízes bávaras. Diz que sentiu uma intensa alegria quando o Muro de Berlim caiu, no final de 1989, mas acredita que em oito dias a população alemã tenha passado do estado de euforia para uma "cultura da reclamação". Esses queixosos, diz o diretor, "clamam para que o Estado os ajude" e são de uma linhagem diferente de sua mãe. Por exemplo, quando uma bomba atingiu uma casa vizinha em Munique, em 1944, e a cama de Werner, com dois anos, se encheu de poeira, ela imediatamente levou a família para uma aldeia nos Alpes da Baviera.Herzog diz que detestava cada segundo da escola. "Eu odiava tudo ali, meu ódio era tão profundo que chego a entender o massacre em Columbine (EUA)", em 1999, diz com franqueza.Herzog cresceu depressa, trabalhando à noite como soldador para financiar seu primeiro filme, em 1961, quando ainda era estudante. Viajou para a África pouco depois, onde enfrentou problemas com milicianos saqueadores. Por algum tempo quis ser esquiador profissional, até que um amigo teve um terrível acidente quando ambos estavam sós nas montanhas. "Mas, enquanto o sonho durou, foi como voar, seis segundos no ar em que você sai de sua humanidade." Seu filme de 1974 sobre o campeão de salto em esqui Walter Steiner transmite em parte essa sensação de liberdade.

Plantar uma árvore
Se tivesse de se identificar com alguma figura da história alemã, não seria um romântico ou um expressionista, mas o teólogo do século 15 Martinho Lutero. Cito uma frase de Montaigne, sobre querer morrer enquanto cuidava de seu jardim, que parecia adequada para um "workaholic" como ele. Herzog a rejeita com um resmungo, dizendo que tem uma citação muito melhor de Lutero. Quando indagado "O que você faria se o mundo desaparecesse amanhã num cataclismo?", Lutero teria respondido: "Plantaria uma árvore". Otimismo? "Absolutamente não." Desafio? "Não. É só uma resposta maravilhosa. "Herzog tem um apreço pelos ditados, que, segundo ele, nascem da longa experiência. "Os que assistem à televisão perdem o mundo", adverte, "e os que lêem o ganham". O autor de viagens Bruce Chatwin [1940-89], com quem ele teve "uma amizade cautelosa, mas muito substancial", citou Herzog com aprovação dizendo: "Turismo é pecado, caminhar é virtude" e o transformou em seu próprio lema no final da vida. Em seu leito de morte, Chatwin deu a Herzog sua mochila de couro surrada, e agora Herzog a leva consigo em suas longas caminhadas.


domingo, 27 de novembro de 2005

Boulogne - Violin Concerto in D Major


Que maravilhoso concerto!! Lembrei-me também de Joseph Boulogne, porque era mestiço, talvez um dos primeiros compositores europeus cuja mãe era ex-escrava negra nas plantações das Caraíbas.
É bom relembrar a História com ensinamentos para um mundo mais tolerante, numa altura em que a Europa está a regressar à xenofobia!!

sábado, 26 de novembro de 2005

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DO ANIMAL


[proclamada pela UNESCO em sessão realizada em Bruxelas em 27 de Janeiro de 1978]
Preâmbulo

Considerando que todo o animal possui direitos, Considerando que o desconhecimento e o desprezo destes direitos têm levado e continuam a levar o homem a cometer crimes contra os animais e contra a natureza, Considerando que o reconhecimento pela espécie humana do direito à existência das outras espécies animais constitui o fundamento da coexistência das outras espécies no mundo, Considerando que os genocídios são perpetrados pelo homem e há o perigo de continuar a perpetrar outros, Considerando que o respeito dos homens pelos animais está ligado ao respeito dos homens pelo seu semelhante, Considerando que a educação deve ensinar desde a infância a observar, a compreender, a respeitar e a amar os animais, PROCLAMA-SE O SEGUINTE:
Artigo 1º

Todos os animais nascem iguais perante a vida e têm os mesmos direitos à existência.
Artigo 2º

1 - Todo o animal tem o direito a ser respeitado.

2 - O homem, como espécie animal, não pode exterminar os outros animais ou explorá-los violando esse direito; tem o dever de pôr os seus conhecimentos ao serviço dos animais.

3 - Todo o animal tem o direito à atenção, aos cuidados e à protecção do homem.
Artigo 3º

1 - Nenhum animal será submetido nem a maus tratos nem a actos cruéis.

2 - Se for necessário matar um animal, ele deve de ser morto instantaneamente, sem dor e de modo a não provocar-lhe angústia.
Artigo 4º

Todo o animal pertencente a uma espécie selvagem tem o direito de viver livre no seu próprio ambiente natural, terrestre, aéreo ou aquático e tem o direito de se reproduzir. 1 - Toda a privação de liberdade, mesmo que tenha fins educativos, é contrária a este direito.
Artigo 5º

Todo o animal pertencente a uma espécie que viva tradicionalmente no meio ambiente do homem tem o direito de viver e de crescer ao ritmo e nas condições de vida e de liberdade que são próprias da sua espécie.

1 - Toda a modificação deste ritmo ou destas condições que forem impostas pelo homem com fins mercantis é contrária a este direito.
Artigo 6º

Todo o animal que o homem escolheu para seu companheiro tem direito a uma duração de vida conforme a sua longevidade natural.

1 - O abandono de um animal é um acto cruel e degradante.
Artigo 7º

Todo o animal de trabalho tem direito a uma limitação razoável de duração e de intensidade de trabalho, a uma alimentação reparadora e ao repouso.
Artigo 8º

A experimentação animal que implique sofrimento físico ou psicológico é incompatível com os direitos do animal, quer se trate de uma experiência médica, científica, comercial ou qualquer que seja a forma de experimentação.

1 - As técnicas de substituição devem de ser utilizadas e desenvolvidas.
Artigo 9º

Quando o animal é criado para alimentação, ele deve de ser alimentado, alojado, transportado e morto sem que disso resulte para ele nem ansiedade nem dor.
Artigo 10º

Nenhum animal deve de ser explorado para divertimento do homem.

1 - As exibições de animais e os espectáculos que utilizem animais são incompatíveis com a dignidade do animal.
Artigo 11º

Todo o acto que implique a morte de um animal sem necessidade é um biocídio, isto é um crime contra a vida.
Artigo 12º

Todo o acto que implique a morte de um grande número de animais selvagens é um genocídio, isto é, um crime contra a espécie.

1 - A poluição e a destruição do ambiente natural conduzem ao genocídio.
Artigo 13º

O animal morto deve de ser tratado com respeito.

1 - As cenas de violência de que os animais são vítimas devem de ser interditas no cinema e na televisão, salvo se elas tiverem por fim demonstrar um atentado aos direitos do animal.
Artigo 14º

Os organismos de protecção e de salvaguarda dos animais devem estar representados a nível governamental.

1 - Os direitos do animal devem ser defendidos pela lei como os direitos do homem.

sexta-feira, 25 de novembro de 2005

Biografias- Arthur Tansley, botânico inglês que criou a palavra "ecossistema"

Sir Arthur George Tansley  ( 15 de Agosto de 1871 – 25 de Novembro de 1955) foi um botânico inglês, pioneiro na ecologia das plantas e na ciência da ecologia. Ele obteve seu diploma em Ciências Biológicas em 1896, com especialização em botânica e zoologia. . Desde o início, ele foi muito influenciado pela ecologista dinamarquês Eugenius. Defendeu o ecossistema pem 1935 e ecótopos em 1939. Tansley foi um dos fundadores da Sociedade Britânica Ecológica e editor do Journal of Ecology durante 20 anos.  A revista de botânica New Phytologist, foi fundada por Tansley em 1902. A Tansley Review constituiu uma série, com artigos que sintetizam as tendências atuais no pensamento botânico, e ainda hoje constituem as bases Tansley em reconhecimento dos seus interesses de largura e importância para a disciplina como um todo. A Medalha de Tansley é concedido anualmente e nomeado em sua honra.
De 1926 escreveu e delineou Objectivos e métodos no estudo da vegetação em que Tansley e Thomas Ford Chipp editaram para o comité britânico vegetação e foi extremamente influente não só na definição de métodos ecológicos, mas em destacar a necessidade de um inventário completo do império, nos chamados "activos de vegetação". Com esta informação, seria possível gerir eficientemente os vastos recursos naturais do império. 
Arthur Tansley também teorizou sobre a psicologia, com ênfase psicanalítica, e escreveu um obituário de Sigmund Freud. The New Psychology e sua relação com a vida (1920)  foi o seu primeiro livro para atrair um público grande. Uma pesquisa recente por Peder Anker afirmou uma estreita relação entre a ecologia teórica Tansley e sua psicologia.

Referências no wikipedia

Página web densamente rica em Tansley (inglês)

quinta-feira, 24 de novembro de 2005

Pessoa - que sou coisa natural



Saúdo todos os que me lerem,
Tirando-lhes o chapéu largo
Quando me vêem à minha porta
Mal a diligencia levanta no cimo do outeiro.
Saúdo-os e desejo-lhes sol,
E chuva, quando a chuva é precisa,
E que as suas casas tenham
Ao pé duma janela aberta
Uma cadeira predilecta
Onde se sentem, lendo os meus versos.
E ao lerem os meus versos pensem
Que sou coisa natural -
Por exemplo, a arvore antiga
A´ sombra da qual crianças
Se sentavam com um baque, cansados de brincar,
E limpavam o suor da testa quente
Com a manga do bibe riscado.

Alberto Caeiro, Guardador de Rebanhos 8 - 03 - 1914
Ainda sobre Fernando Pessoa, Poesia, Educação Ambiental e Lusofonia

A propósito do Ministério da Educação diminuir para três os exames nacionais de 12º, retirando os exames de Português e Filosofia para alunos dos Cursos Científicos e Tecnológicos, subscrevo inteiramente a opinião do Prof.Jose Adelino Maltez - investigador em Ciência Política- e convidado hoje dos comentários na SIC Notícias, que é mais um atentado à Lingua Portuguesa, quando é esse facto que nos torna até agora a 5ª Potência Mundial!!
Ainda no seguimento dos comentários e mais adiante, afirmou que não iria comentar nada sobre futebol, explicando que infelizmente o volume diário de informação dos jornais portugueses sobre e acerca do Futebol no nosso País é a mesma que a obra completa de Fernando Pessoa!
Portanto aconselho também os meus leitores a partir deste momento ler e conhecer melhor as páginas escritas no
Tempo Que Passa.

Mais textos e crónicas sobre Fernando Pessoa no Bioterra.

quarta-feira, 23 de novembro de 2005

AD VENTO


Passo as horas a arder

de choro,
de raiva latente
em sangue, por vezes,
em musica
talvez o suor por amar tanto
mas tanto a vida, a Terra, os amigos,
a família
e ve-las a ser vendidas por
guerrinhas, perseguições, o medo
a vingança, a mesquinhez....
ARRE...conto as horas
as horas do advento!!


João Soares

terça-feira, 22 de novembro de 2005

Actividades docentes, Agricultura Biológica, Directiva REACH, campanha anti-Monsanto, Semana da Ciência e outras informações

Estou a ter problemas informáticos com o servidor de comentários.Já lhes escrevi e espero que o problema se resolva.Gostaria de agradecer, por este meio, todos os contributos e apoio recebidos em prol da situação dos professores em Portugal. Aliás, o desgaste a que eu e outros professores estão a ser submetidos é bem patente na redução quase drástica com que consigo escrever de forma mais regular no BioTerra, em relação ao início.

Gostaria de ter partilhado com mais detalhe os meus momentos de aprendizagem do Curso de Agricultura Biológica, que terminou no sábado passado e que foi dinamizado pela
Horta da Formiga.



Desejaria também partilhar convosco e com mais detalhes como se está na minha Escola EB 2,3 de Matosinhos a desenvolver a Agenda 21 Escolar. Convidei a formadora Jaona Oliveira da Futuro Sustentável e fez-se uma Acção de Formação. Ficamos muito contentes porque aderiram 20 professores e houve grande debate em torno da Agenda 21.



Emails que adio,não tenho tempo de ler e divulgar...muito menos e, pena minha, visitar bloggers de meus amigos....



E tantas coisas que vão surgindo e tão importantes ser debatidas e não vejo como por parte da comunicação social e, insisto, ainda há alguma distância dos cidadãos relativamente a certos aspectos que também lhes deviam dizer respeito, como por exemplo: o Dia do Mar, o Registo de Licenças de Emissão , o protesto da Grenpeace que despejou toneladas de carvão à porta de Blair e a importância da Directiva REACH....

Se estiver de acordo após a leitura do que a Directiva Reach represente, clique aqui para apelar aos nossos eurodeputados para que se aprove a Directiva REACH.


Esta semana é a Semana da Ciência. Estão previstas mais de 700 actividades. Consulte o site Ciência Viva e não perca algumas, perto de si.

Finalmente,chegou-me também a informação da Irina Maia, editora do blogue
Hortelã-Verde que podemos escrever directamente à Monsanto opondo-nos a toda a sua política corporativa. Saiba mais sobre as actividades da Organica Consumers aqui
Join OCA's campaign to mobilize one million consumers to end Monsanto's global corporate terrorism.


Voltarei, espero eu, ainda esta semana!Um abraço a todos e boas ecoacções!


segunda-feira, 21 de novembro de 2005

George Monbiot - Um mundo virado do avesso


Para quem ainda não conhece o excelente jornalista, George Monbiot pode consultar neste site os seus livros, os principais textos e intervenções actualizadas em inglês.

Neste momento as montanhas - as Catedrais da Terra - irão ser invadidas por milhões de turistas da neve...bem até talvez daqui uns dez anos a vinte anos (os cientistas apontam para 2020 grandes alterações climáticas no Mediterrâneo com impactos no turismo e nas populações dos países do Sul da Europa)...se até lá nada fizermos...

Mas vale a pena fazer o esforço contrário...há tantas e boas alternativas....bastava uma Democracia Participativa e umas mãos verdes e teríamos a Utopia do presente e futuro sustentáveis!!

Um mundo virado do avesso é portanto de leitura obrigatória!
Atenção especial também aos recursos bibliográficos no fim do texto!

A negação da mudança climática atravessou quatro etapas. Primeiro os lobistas dos combustíveis fósseis disseram‑nos que o aquecimento global era um mito. Depois concordaram que ele estava a ocorrer, mas insistiram que era uma coisa boa: podíamos cultivar vinho nas Pennines e tirar férias mediterrânicas em Skegness. Depois admitiram que os malefícios superavam os benefícios, mas disseram que custaria mais combatê‑los do que tolerá‑los. Agora eles atingiram a etapa 4. Eles anuíram que seria mais barato prevenir do que negligenciar, mas mantiveram que agora é tarde demais. Este é o seu argumento mais persuasivo.
Hoje, os climatologistas do Snow and Ice Data Centre vão publicar os resultados da última observação por satélite do gelo do oceano Árctico [1]. Parece que a cobertura deste mês será a mais baixa alguma vez registada. O Árctico, avisam, poderia já ter atingido o ponto de ruptura: o momento para lá do qual o aquecimento se torna irreversível [2]. Conforme o gelo desaparece, a superfície do mar torna-se mais escura, absorvendo mais calor. Menos gelo se forma, por isso mais escuro o mar se torna, e assim progressivamente.
No mês passado, a New Cientist noticiou que algo similar está a acontecer na Sibéria. Pela primeira vez, há registo de que o permafrost [camadas permanentemente geladas]ocidental da Sibéria está a derreter [3]. À medida que isso acontece, liberta o metano armazenado na turfa. O metano tem um impacto vinte vezes superior ao dióxido de carbono no aquecimento da atmosfera. Quanto mais gás a turfa libertar, mais quente o mundo se tornará, e mais o permafrost derreterá.
Há duas semanas atrás, cientistas da Universidade de Cranfield descobriram que os solos na Grã-Bretanha têm estado a libertar o carbono que contêm: conforme a temperatura sobe, a decomposição da matéria orgânica acelera, o que causa mais aquecimento, o que causa mais decomposição. O solo deste país já libertou dióxido de carbono suficiente para neutralizar os cortes de emissões que realizamos desde 1990 [4].
Estes são exemplos de feedback positivo: efeitos de auto-reforço que, uma vez despoletados, são difíceis de travar. Estão a fazer-se sentir muito antes do que era suposto. O painel intergovernamental sobre mudança climática, que prevê até onde a temperatura mundial é provável subir, ainda não teve tempo de incluí-los nos seus cálculos. A corrente previsão – de 1,4 para 5,8 graus neste século – é quase certamente muito baixa.
Há uma semana, eu diria que se é tarde demais, então um factor sobre todos os outros é responsável: o peso esmagador dos grandes negócios na política económica. Proibindo os governos de intervir efectivamente no mercado, as corporações obrigam-nos a não fazer nada a não ser esperar e olhar enquanto o planeta coze. Mas na quarta­‑feira descobri que isso não é assim tão simples. Numa conferência organizada pelo Building Research Establishment, testemunhei uma coisa extraordinária: as companhias a solicitar regulação mais dura, e o governo a recusar conceder [5].
Os gestores ambientais da BT e da Jonh Lewis (que detém a Waitrose) queixaram-se de que sem padrões elevados a que toda a gente tenha que se conformar, as suas companhias põem­‑se a elas próprias em desvantagem se tentarem ser ecológicas. «Tudo isso conta», disse o homem de Jonh Lewis, «são custos, custos e mais custos». Se ele comprar iluminação amiga do ambiente e os seus competidores não, ele perde. Como resultado, disse, «eu dei as boas vindas à Energy Performance of Buildings Directive [Directiva de Desempenho de Energia dos Edifícios] da UE, pois vai forçar os retalhistas a tomar esses assuntos a sério» [6]. Sim, eu ouvi o grito do unicórnio: um executivo corporativo a dar as boas vindas a uma directiva europeia.
E do governo? Nada. Elliot Morley, o ministro para a mudança climática propôs-se fazer tão pouco quanto lhe fosse permitisse. Os responsáveis do Departamento de Comércio e Indústria, em resposta a um gemido colectivo dos homens de fato, insistiram que as medidas que algumas companhias queriam seriam «uma indevida intervenção no mercado».
Foi extremamente frustrante. Os homens de fato tinham vindo para revelar tecnologias do tipo que realmente poderia salvar o planeta. Os arquitectos do Atelier Ten tinham desenhado um sistema de refrigeração inspirado nas galerias escavadas pelas térmites. Instalando um labirinto de betão nas fundações, eles poderiam manter mesmo um grande edifício num sítio quente – como o centro de artes que tinham construído em Melbourne – a uma temperatura constante sem ar condicionado [7]. A única energia de que precisavam era para comandar os ventiladores que puxam o ar frio para cima, usando 10% da electricidade requerida para sistemas de ventilação normais.
O homem de uma companhia chamada PB Power explicou como os 400 megawatts de resíduos quentes despejados para o Tamisa pela central eléctrica a gás em Barking poderiam ser aproveitados para aquecer as casas circundantes. Uma firma chamada XCO2 projectou uma turbina de vento praticamente silenciosa, que se dependura, como uma corda de roupa, de um eixo vertical. Pode ser instalada no meio de uma cidade sem perturbar ninguém.
Só estas três tecnologias poderiam reduzir as emissões de carbono em milhões de toneladas sem causar qualquer declínio da nossa qualidade de vida. Como milhares de outras, elas estão prontas para arrancar imediatamente e quase universalmente. Mas o seu uso não será alargado enquanto os governo não agirem: continua a ser mais barato para as companhias instalar as velhas tecnologias. E o governo não agirá porque isso seria «uma indevida intervenção no mercado».
Essa não foi, descobri agora, a primeira vez que as corporações solicitaram regulação. Em Janeiro, o presidente da Shell, Lord Oxburgh, insistiu que «os governos em países desenvolvidos precisam de introduzir taxas, regulações ou planos... para aumentar os custos da emissão de dióxido carbono» [9]. Ele listou as tecnologias requeridas para substituir os combustíveis fósseis, e observou que «nada disso irá acontecer se o mercado ficar entregue a si próprio». Em Agosto as cabeças da United Utilities, British Gas, Scottish Power e da National Grid juntaram-se aos Amigos da Terra e Greenpeace no apelo por «regulação mais dura para o ambiente urbano» [10].
Chega da demanda perpétua dos thinkthanks para «tirar o governo das costas dos negócios». Qualquer firma que queira desenvolver novas tecnologias quer novas regras mais duras. É a regulação que cria o mercado.
Então porque é que o governo não age? Porque compactua com as companhias sujas contra as limpas. A desregulação tornou-se o teste da sua virilidade: o sinal de que deixou para trás os maus velhos tempos do planeamento económico. Sir David Arculus, o homem nomeado por Blair para dirigir a Better Regulation Task Force [Equipa de Trabalho para Melhor Regulação] do governo, é também vice­‑presidente da Confederação da Indústria Britânica, a voz mais insistente na necessidade de pôr o mercado à frente da sociedade. É difícil de imaginar um conflito de interesses mais óbvio.
Não acredito que seja tarde demais para minimizar a mudança climática. Muita da evidência sugere que poderíamos ainda impedir o ecossistema de derreter, mas só reduzindo as emissões de gases de efeito estufa em 80% até 2030. Estou a trabalhar num livro que mostra como isso pode ser feito, tecnicamente e politicamente. Mas tornou-se agora claro para mim que o obstáculo não é o mercado mas o governo, acenando um tratado com orelhas de cão que prova algum ponto num debate que o resto do mundo esqueceu.
________
[1] Isto foi reportado por Steve Connor, no dia 16 de Setembro de 2005. Global warming ‘past the point of no return’. The Independent. Mas o centro acabou de anunciar que os seus resultados não serão publicados até ao final do mês. http://nsidc.org/news/
[2] Steve Connor, ibid.
[3] Fred Pearce, “Climate warning as Siberia melts”. New Scientist, 11 de Agosto de 2005.
[4] John Pickrell, “Soil may spoil UK’s climate efforts”. New Scientist, 7 de Setembro de 2005.
[5] Resource ‘05, 13-15 Setembro de 2005. BRE, Watford.
[6] Bill Wright, director de energia e ambiente, John Lewis Partnership.
[7] Ver Atelier 10
[8] Quiet Revolution 6kW. Brochura da XCO2. Offord St, London. X CO2
[9] Lord Oxburgh, 27 de Janeiro de 2005. Citado no comunicado de imprensa da Greenpeace: Shell Chair urges government to act now on climate change.
[10] Tony Juniper et al, Letter to Margaret Beckett and other ministers, 1 Agosto de 2005. Disponível a pedido aos Amigos da Terra [Friends of the Earth]

domingo, 20 de novembro de 2005

Alberto Carneiro- arte ecológica



Biografia e mais imagens de uma exposição aqui


Alberto Carneiro nasceu no Coronado a 20 de Setembro de 1937. 
Entre os dez e os vinte e um anos de idade, aprendeu o ofício de santeiro nas oficinas de arte sacra da sua terra natal.
Diplomado pela Escola de Belas Artes do Porto (1961-1967) e Pós-Graduado pela Saint Martin`s School of Art de Londres (1968-1970).
Bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian (Porto 1962-1967 e Londres 1968-1970).
Professor Associado, Agregado pela Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto.
Leccionou no Curso de Escultura da Escola de Belas Artes do Porto (1971-1976), no Curso de Arquitectura da Universidade do Porto (1970-1999) e foi responsável pela orientação pedagógica e artística do Circulo de Artes Plásticas, Organismo Autónomo da Universidade de Coimbra (1972-1985).
Dedicou-se ao estudo do Zen, do Tao, do Tantra e da Psicologia Profunda.
Viajou pelo Oriente e pelo Ocidente para viver e interiorizar outras culturas.
Expõe desde 1963. 
Realizou 73 exposições individuais e participou em cerca de cem exposições colectivas em Portugal e no estrangeiro.
Teve exposições retrospectivas ou antológicas no CAC do Museu Soares dos Reis, Porto (1976), na Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa (1991), na Fundação de Serralves , Porto (1991), no Museu Machado de Castro e Galeria do Pátio da Inquisição, Coimbra (2000), no Centro Galego de Arte Contemporânea, Santiago de Compostela (2001), no Museu de Arte Contemporânea, Funchal (2003) e no Centro Cultural de Cascais (2005).
Representou Portugal nas Bienais de Paris (1969), de Veneza (1976) e de São Paulo (1977). 
Está representado em Museus e Colecções , em Portugal e no Estrangeiro.
Realizou esculturas públicas em Portugal, Eslovénia , Inglaterra, Irlanda, Coreia do Sul, Equador, Ilha Formosa, Andorra e foi convidado a conceber uma obra para o Projecto Arte y Naturaleza de Huesca, Espanha.
Criou o Museu Internacional de Escultura Contemporânea nos espaços públicos da Cidade de Santo Tirso com a realização dos Simpósios Internacionais de Escultura (1991-2010) e iniciou a instalação do Parque Internacional de Escultura Contemporânea na Vila de Carrazeda de Ansiães , convidando um escultor de renome internacional em cada ano de 2002 a 2012.
Publicou textos e dois livros, um em co-autoria, sobre Arte e Pedagogia.
É Prémios: Rocha Cabral da Academia Nacional de Belas Artes (1963), Meireles Júnior, ESBAP, (1962 e 1963), Teixeira Lopes, ESBAP (1965), Nacional de Escultura (1968), Da Crítica-Soquil (1971), Nacional de Artes Plásticas – AICA/MC (1986), Antena 1 (1987/88) e Tabaqueira de Arte Pública (2004).
Recebeu as Comendas de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique (1994) e de Mérito Cultural de Primeira Classe do Equador (1998) e a Medalha de Ouro do Concelho de Santo Tirso (1993).

Leituras adicionais
Alberto Carneiro e a poética da terra
Alberto Carneiro: A evidência da natureza na construção da relação humana com o mundo

segunda-feira, 14 de novembro de 2005

Mátria

Tudo é pleno de amor
Os rebentos beijam o solo
As algas e as conchas visitam as areias
Há um longo jogo de sedução
entre o vento e as folhas
entre o sémen e o óvulo
No pico mais alto da árvore
é azul
Esta é a Terra amada
Eis Mátria
A Terra é minha Pátria
João Soares

domingo, 13 de novembro de 2005

O valor do imaterial


Há todas as razões ecológicas e ambientais em abraçar também este Projecto.

Uma delas é que o próprio Gerês é uma serrania internacional: na Galiza temos o Parque Natural Baixa Limia-Serra do Xurés e no Minho temos o Parque Nacional Peneda-Gerês
Alguns rios também são luso-galaicos! 

E hoje há uma manifestação relembrando a tragédia do Prestige e a criação da Plataforma Nunca Más! Portanto a cooperação luso-galaica já existe e será ainda mais estreita com a aprovação mais que justa pela UNESCO do Projecto encaminhado e determinante da Associação Pontes...nas Ondas! Transcrevo na íntegra o texto de apresentação: 

O vindeiro 25 de novembro saberemos se o traballo de máis de catro anos, levado adiante en primeiro lugar pola asociación "Ponte... nas Ondas!", ten o seu merecido éxito. Ese día, a Unesco fará pública a resolución sobre a candidatura multinacional proposta baixo a denominación "As Tradicións Orais Galaico-Portuguesas: Simboloxía e apropiación do medio natural" como Obra Mestra da Humanidade. Todo un conxunto de saberes comúns, transmitidos oralmente de xeración en xeracións, sobre o que pende a ameaza da desaparición. Porén, a candidatura non só predende conservar esta tradición, senón poñela en valor. Porque do que se trata é dun patrimonio para o futuro. Assina também pelo futuro


Ay ondas de Vigo por Martín Codax 

 Ondas do mar de Vigo, se vistes meu amigo? 
 E ay Deus, se verra cedo! 
 Ondas do mar levado, se vistes meu amado ? 
 E ay Deus, se verrda cedo! 
 Se vistes meu amigo, o por que eu sospiro? 
 E ay Deus, se verni cedo! 
 Se vistes meu amado, por que ey gran coydado? 
 E ay Deus, se verra cedo!

sexta-feira, 4 de novembro de 2005

Lutar contra a praga publicitária


Cartaz Adbuster

Neste mês que se falará do Dia Sem Compras e da Semana do Eco-Consumidor, devemos estar mais em alerta e exigir mecanismos mais estreitos e eficazes para regular a publicidade.

Como bem se afirma neste artigo traduzido, a publicidade cria falsas necessidades e provoca despesas inúteis, para além de gerar um novo e crónico problema social que é o sobre-endividamento das famílias, levando-as a um consumo supérfluo e fútil. A publicidade contribui poderosamente ainda para o esgotamento dos recursos naturais e para a criação de colossais quantidades de lixo. Afasta os homens do seu dever de solidariedade para com os outros e para com o seu meio ambiente.No fundo, a publicidade não é necessária à economia: para chegar a esta conclusão basta pensar que nos últimos anos, a publicidade aumentou 5 vezes mais que o crescimento económico real. A publicidade é necessária, isso sim, à batalha suicidária e canibal das partes concorrentes no cego e todo poderoso mercado!

O BioTerra sempre esteve contra esta praga da publicidade. Além da recolha do texto, fiz um poema meu inspirado neste cartaz da Adbusters


Praga Publicitária

Somos infectados por um vírus logo mal nascemos
Não estamos imunizados
Chama-se publicidade

É um vírus de transmissão fácil
Porque é um vírus da linguagem
É uma linguagem com vírus
Danifica valores, destrói toda a ética
Oprime e intromete-se nas liberdades individuais

Interfere no ciclo do amor e da confiança
produzindo e formulando
homens e mulheres objecto
como se tratassem de
produtos acabados, para usar e deitar fora
É um vírus que produz
um mundo virtual e dopante
De contaminação rápida e
muito poluente

Imuniza-te contra este vírus pandémico
Chama-se publicidade
João Soares

quarta-feira, 2 de novembro de 2005

Entrevista com André Gorz


O escritor André Gorz, especialista no problema do trabalho e teórico em ecologia política, não mora em Paris há quinze anos. Para entrevistá-lo, primeiro você precisa encontrar no mapa a pequena cidade para a qual ele escolheu se aposentar. Uma hora e meia na estrada e depois uma hora em estradas cada vez mais estreitas. Temos um endereço, mas as ruas da cidade não têm nome. No frio penetrante de dezembro, dois velhos conversam em frente ao portão de uma grande vila. Paramos para perguntar a eles: "Onde é a casa do Sr. Gorz? Gorz? -Olha, é impossível conhecer todo mundo!", eles nos respondem. Mais tarde, uma senhora muito sorridente responde: "Ah, vocês são os jornalistas de Paris? -Vou mostrar onde é!".
Ele nos leva alguns metros adiante, em direção ao campo, até uma sólida casa de tijolos vermelhos. André Gorz e sua esposa, Dorine, nos recebem na biblioteca do térreo, uma sala mobiliada de maneira espartana: duas poltronas simples, uma mesa redonda e quatro cadeiras retas, uma televisão. Livros, jornais, revistas. Na parede não há pinturas, não há cores. Apenas uma foto em preto e branco de uma paisagem mediterrânea.
Gorz nasceu em Viena, tem 75 anos e é muito magro, quase seco. Seus gestos são precisos, mas sua voz é abafada, como se estivesse desgastada.
Até que idade você morou na Áustria? 
Vivi em Viena até 1939. Eu tinha quinze anos e minha mãe me colocou em um internato na Suíça. Passei o tempo da guerra lá. Depois estudei engenharia química, profissão que nunca pratiquei. Ao mesmo tempo, ele estudou psicologia e filosofia. Fiz alguns cursos de filosofia na universidade por um semestre. Achei tão grotesco que zombei publicamente dos professores. Eu nunca voltei
.
Sendo um falante de alemão, você escolheu viver em uma cidade de língua francesa, Lausanne. Por quê? 
No ensino médio eu tinha decidido romper com tudo que era germânico. Fui despojado do que poderia ter sido o meu país. Meu pai, que era judeu, foi expropriado. Eles o expulsaram de seu apartamento. Como já era muito velho, não foi deportado. Minha mãe era anti-semita, assim como toda a sua família. Eu tinha nascido bastardo, numa condição em que não era nem alemão, nem austríaco, nem católico, nem judeu, embora tivesse sido batizado. Portanto, parecia-me que eu tinha a possibilidade de me desvincular de qualquer identidade e ser livre para escolher aquela que me conviesse. Depois da derrota da França em 1940, decidi ser francês, pertencer ao povo derrotado pelo que considerava ser a barbárie alemã. Como vencido, podia identificar-me com o vencido.

O que o levou a se reconciliar com ele? 
Em 1984, a escola dos sindicatos alemães me enviou um ônibus com seus alunos, fruto de um livro que eu havia publicado em 1980 e que havia sido muito debatido e até pirateado, Adeus ao proletariado. Na França, por causa do mesmo livro, o secretário-geral do sindicato CFDT (Confederação Democrática Francesa do Trabalho), onde eu havia sido um dos intelectuais orgânicos, dedicou-me um longo artigo na primeira página do Le Monde para romper com mim. foi a resposta francesa. A resposta alemã foi enviar alunos para debater comigo. Achei muito interessante, fantástico. Foi assim que retomei os contatos com a Alemanha.

O que havia de virulento no livro? 
 Ele antecipou muito o que aconteceu até agora. Ele marcou uma ruptura com a religião marxista do proletariado, que era o próprio pano de fundo do maoísmo e do stalinismo. O maoismo francês tinha uma base profundamente cristã: divinizava o proletariado como redentor da humanidade. Supunha-se que os proletários não tinham nada, nem mesmo um país, que eram excluídos da sociedade e, portanto, os únicos capazes de assumir sua redenção, moral e política. Ao mostrar que esse pensamento, essa religião, não tinha consistência, cheguei a conclusões em que dizia que, dada a forma como o capitalismo se desenvolve, o estrato que poderia alimentar um movimento de superação dessa sociedade era o não-classe de pós-industriais. neoproletários. Agora temos esse neoproletariado pós-industrial. E as pessoas com quem discuto em meu último livro Miserias del Presente apostam nele. Riqueza do Possível.

Vamos voltar para a Suíça em 1945. A guerra acaba. O que você faz? 
Trabalho, eu ensino inglês. Em Lausanne, conheço uma garota inglesa, Dorine, que se torna minha esposa em 1949. Em 1941 descubro Jean-Paul Sartre. Foi na Itália, em Génova, que fui ver minha mãe. Na vitrine de uma livraria descobri obras em francês de Sartre. Eles eram Náusea e A Muralha. Só conhecia dele obras de filosofia. Veja obras de ficção de um filósofo, achei interessante. Comprei-os, li-os, reli-os, achei-os fantásticos. Era exatamente o que eu podia sentir, o que eu podia gostar, o que poderia me seduzir intelectualmente. Em 1943, surgiu o Ser e o Nada. Ensaio de ontologia fenomenológica. Sempre me interessei por fenomenologia. Estudei durante três meses. Eu assimilei totalmente. Eu fui, eu acho, o primeiro sartreano convicto e incondicional. Quando Sartre veio para Lausanne em 1946, eu o conheci. Eu o vi novamente em Genebra, onde ele estava com Simone de Beauvoir. Para mim, poder ir a Paris era poder ir onde Sartre estava. Eu o conheci em Paris e terminei o que era então a sequência de O Ser e o Nada, a sequência que ele mesmo nunca havia escrito. Eu era um desconhecido absoluto, meu livro tinha 600 ou 700 páginas. Esperava que ele me ajudasse a publicá-lo. Só apareceu vinte anos depois sob o título Fundamentos para una moral. Enquanto isso, lancei-me em outra coisa, a aplicação do método que havia elaborado: um método de autoanálise, de conversão, de transformação de si mesmo que apliquei a mim mesmo e que publiquei sob o título O traidor, ao qual me deu um prefácio de 40 páginas.

Por que você se juntou ao movimento sindical em França? 
Naturalmente, eu era um revolucionário. Eu era contra essa sociedade de merda que me cercava, contra a repressão, contra uma burguesia francesa que ainda é uma coisa horrível; Historicamente, a burguesia francesa sempre foi uma das mais feias, isto é, convencida de que o país lhe pertence por direito e que quem quiser despojá-la de seu poder total sobre a economia, a sociedade e a cultura francesas, é um inimigo que deve ser destruir. Depois de 1958 escrevi livros que eram politicamente orientados. A primeira foi História e alienação, que foi uma explicação muito crítica do marxismo. A segunda estratégia operária e neocapitalismo foi uma obra de referência no movimento sindical europeu. A primeira, História e alienação, que continha elementos de uma teoria da alienação.

Um dos temas recorrentes em seus trabalhos é o desaparecimento da noção de trabalho como valor. Você diz que é bom. 
Potencialmente.

Para quem está procurando trabalho, é difícil entender esse desaparecimento. Como você explica a eles que o trabalho não é tão importante? 
Não é a maneira correta de abordar a questão. O que está desaparecendo é o trabalho assalariado em tempo integral com garantia de longo prazo. Isso é um fato. Já avançamos muito na abolição do trabalho-emprego. Não estou falando de trabalho no sentido filosófico, no sentido de transformar o ambiente, de auto-realização, de produzir coisas com a mão e a cabeça. Isso sempre existirá.

Vamos todos nos tornar trabalhadores temporários? 
O trabalho assalariado está desaparecendo como base principal para construir a própria vida, uma identidade social, um futuro pessoal. Mas a tomada de consciência deste facto tem um alcance essencialmente subversivo, porque enquanto se diz às pessoas: o seu trabalho é a base da vida, é a base da sociedade, é o princípio da coesão social, não há mais sociedade possível do que com o qual as pessoas se tornam psicologicamente, politicamente e socialmente dependentes do emprego. Portanto, os indivíduos são obrigados a tentar a todo custo conseguir um desses empregos cada vez mais raros. E quanto mais eles fazem, mais poder os empregadores ganham sobre eles. O discurso sobre o caráter central do trabalho, sobre a perenidade da sociedade do trabalho,

Afirma que a diminuição constante, em termos reais, dos rendimentos do trabalho dos empregados convive com o entesouramento da riqueza derivada do trabalho por 1% da população
Isso é o que está acontecendo nos Estados Unidos. Nos últimos quinze ou vinte anos, os frutos do crescimento foram desfrutados por 1% da população americana. Devemos pensar em como nós, a população, os praticamente desempregados ou trabalhadores precários, podemos assumir o processo e colocá-lo a nosso favor, em vez de deixá-lo evoluir a favor do crescimento fantástico do poder do capital sobre a vida de todos. Essa é a questão. A natureza do trabalho mudou totalmente ao mesmo tempo que as relações de produção na sociedade. A natureza do capital mudou profundamente. Todos, incluindo empregadores, concordam que dentro do processo de produção, o fator mais importante é o conhecimento. A tal ponto que uma literatura empresarial explica que o capital fixo determinante para a produtividade empresarial é o capital humano.

Só que, como você aponta, esse conhecimento evolui tão rapidamente que é desvalorizado em um instante. 
Espera espera. Esse conhecimento do capital não tem propriedade privada possível. Dizer que o capital fixo é principalmente capital humano, capital de conhecimento, significa dizer que os verdadeiros donos da riqueza da empresa são aqueles que possuem conhecimento, mas não capital material, capital maquinário. De acordo com a lógica dos desenvolvimentos atuais, da revolução da informação, há uma desmaterialização cada vez mais rápida do capital. Há também, necessariamente, por parte dos donos do capital material, aqueles que até agora eram chamados de capitalistas, uma tentativa de capturar para si aquele capital conhecedor que não é suscetível de apropriação privada.

Como? 
A melhor maneira de capturá-lo é cortá-lo em tiras e manter aqueles que atualmente têm uma parte desse conhecimento-capital em uma dependência, cortando esse conhecimento em fatias e impedindo-os de renová-lo tão rápido que se torne obsoleto. Normalmente, se olharmos a economia da informação, a economia imaterial do ponto de vista de sua totalidade, a prioridade deve ser permitir que todos adquiram o máximo de capacidades intelectuais, idiomáticas, comunicativas, relacionais; colocar todos em condições de renovar e assimilar permanentemente aspectos cada vez mais amplos e mutáveis ​​do conhecimento que está sendo desenvolvido. É o discurso macroeconômico de quem desenvolve software para incomodar a Microsoft. Mas na prática é diferente. O que se diz é: trabalho imaterial, por mais imaterial que seja, Deve ficar sob a dependência, sob o controle dos donos da maquinaria produtiva para que o sistema continue funcionando como tem funcionado até agora. Esse é o desafio cultural central da sociedade atual.

A renda deve ser baseada no trabalho contribuído ou na riqueza produzida pela totalidade do trabalho? 
Seria necessário concordar com o significado da palavra trabalho. Não há mais correlação entre uma quantidade mensurável de trabalho e um volume de riqueza produzida. Especialmente porque as principais riquezas são riquezas de conhecimento e conhecimento. Você pode trocar e produzir todo o conhecimento que quiser, não custa nada.

Mas o que vale no mundo pós-industrial, vale também nos países em desenvolvimento? 
Não, há muito o que fazer, mas toda a riqueza e todos os meios de produção, as ferramentas de trabalho, são capturados por uma oligarquia. Esse é o problema. Vemos isso na Argentina e no México. A industrialização, que criava empregos tirando-os da terra e trazendo-os para as indústrias da cidade, não existe mais. As fábricas que os americanos montaram no México, Argentina e Brasil são mais automatizadas e informatizadas do que as dos EUA.

Por quê? 
Porque nos EUA ainda existem sindicatos e mão de obra qualificada que consegue manter os padrões de qualidade sem se escravizar às máquinas automáticas. Isso acontece menos na América Latina, onde essa força de trabalho qualificada ainda não existe. Como os americanos não querem treiná-lo porque pode se sindicalizar, eles pegam mão de obra não qualificada e adicionam mais máquinas programadas para ter a mesma qualidade.

Então, o que você diz para os indígenas, por exemplo? Não vá para a cidade? 
Você já sabe perfeitamente o que tem a dizer a eles: o futuro não pertence à indústria do passado, mas ao desenvolvimento da economia popular. Pessoas que reciclam materiais mecânicos e de informática descartados e são capazes de fabricar máquinas-ferramentas, máquinas com programas de computador, com material antigo recuperado. A essência da economia, na América Latina e na África, não é a economia visível, mas aquela baseada na autoprodução e na troca. Essa autoprodução é a que tem mais futuro.

Pode-se objetar que, para que isso funcione, é preciso partir do princípio de que as pessoas têm a formação necessária para poderem cuidar de si mesmas. 
Você tem muitos exemplos nos relatórios do PNUD, o programa de desenvolvimento das Nações Unidas. Cooperativas informais de autoprodução, na China, no Japão e especialmente nos estados mais pobres da Índia. Lá, eles se baseiam na associação cooperativa de aldeões, contra o proprietário da terra e o usurário. As mesmas pessoas constroem para si: canos de água, obras de saneamento, digestor de resíduos para fazer metano. O futuro dessas cooperativas é brilhante, sobretudo porque a informatização permite oficinas flexíveis, máquinas-ferramentas programáveis, que fabricam o que você pede para fabricar, sem muito esforço humano, a um preço baixo. Simplesmente com massa cinzenta. Esta é a ideia desenvolvida por Frithjof Bergamnn sob o nome de "High-tech self-providing", autoprodução apoiada por tecnologias avançadas. Segundo ele, é possível cobrir 70 ou 80% das necessidades de uma população local com dois dias de trabalho por semana, graças ao material atualmente disponível. O material que estará disponível em dez anos terá um desempenho ainda melhor.

Como conciliar a economia baseada em grupos e a superestrutura de um Estado? 
É o problema essencial da democracia, uma arbitragem entre autonomias de base e um poder heterónomo, poder com suas próprias regras, que são regras do todo, que não são as de certas pessoas em particular. Por isso o Estado é universal e ao mesmo tempo abstrato. Não podemos fazer sem ele. A política é a dialética conflitante perpétua entre a aspiração da base à autonomia e a aspiração da liderança à universalidade.

Então, essa riqueza do possível, é algo imediato? 
Não. Há coisas que são possíveis imediatamente. Principalmente o que chamo de êxodo, ou seja, estar ciente de que começa a ser possível uma sociedade próxima, abaixo, acima daquela que deixa de existir. Não é que ele deixe de existir, mas ninguém mais encontra um caminho para ele. Ninguém tem mais o seu lugar. Para ter um lugar, hoje, você tem que estar localizado fora.

Clarín e Michel Zlotowski, 1999. Tradução de Cristina Sardoy.

Atualmente estão disponíveis em Português as seguintes obras:
1978 - set O que nos falta para sermos felizes
1986 Quem não tiver trabalho, também terá o que comer
1990 - jun Trabalho necessário e racionalidade económica
2005 A crise e o êxodo da sociedade salarial
O envelhecimento


Mais Jardins na Blogosfera

Publico aqui mais blogues que habitualmente visito mas que por falta de disponibilidade só agora os estou a linkar e a divulgar .Alguns são bem recentes.Outros já garantiram leitores fiéis. Pode parecer uma listagem, mas cada um tem particularidades e objectivos diferentes.Confere tu mesmo...

1. Vulgar de Lineu . Aconselho vivamente conhecer o outro blogue do mesmo autor: Bandeira ao Vento

2. Blogue de Cheiros

3. Lugar do Olhar Feliz

4. Le Jardin de Sophie

Espero que tenhas gostado tanto deles como eu e que bom também seria para o BioTerra:
- pertenceres e estares empenhado(a) com alguma das ONG de defesa do Ambiente local ou nacional (no BioTerra, aí no lado esquerdo podes encontrar várias e respectivos sites;há até algumas Associações também com blogues- vê na secção Terra Viva);
- praticares hábitos ecológicamente mais adequados;
- exigires mais jardins públicos, exigires a classificação de árvores da tua aldeia,vila e cidade,
- praticares o belo desporto da CAÇA FOTOGRÁFICA

Se mais ideias que te surgirem, podes pôr na caixa de comentários!

Fica o apelo...se estás disposto(a) a dar um contributo mais proactivo...precisamos de mais gente...vem conhecer-nos!!